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Marketing, Visão, Estratégia e Cornisse

A cena do rap é mutável e tem sua metamorfose atrasada pelos guardinhas. O conceito de mercado, game, até mesmo de cena se solidificou há menos de uma década. Nos últimos cinco anos o debate sobre Marketing surgiu e ascendeu aos holofotes.

Sim, o rap é um gênero musical e como todos os outros representa uma cultura, um estilo e uma indústria. Sim! Rap é produto, é entretenimento e pode (as vezes até deve) ser vendido. Em 2020, o debate de “Emicida se vendeu” e “aceitaria ir na televisão” não tem espaço, ou ao menos não deveria.

Uma das últimas revoluções no cenário nacional, com a ascensão do trap se deu por 2 grandes nomes. Um deles formado em Marketing e o outro – ao menos no Youtube – destronou um lendário saxofonista em visualizações com um single, que passou pela mão de um atacante famoso, alá Michel Teló com Neymar.

Por outro lado, mais acessível e tanto universal como universitário da cena, a crescente do Kenny Oeste da Bahia com letras mais fofas. Sobre amor, abertura do homem ao romance, uma vida de bar e melodias não apenas viciantes como dançantes. Música pra sofrer, sarrar e fazer uma faxina com incenso.

Com um vácuo a ser seguido e abertura de novos caminhos, diversos artistas se viram livres pra mirar nas rádios e hits comerciais, afinal, todo mundo pode fazer dinheiro.

Exemplo disto é o goiano Devito Cxrleone.

Presente na cena há anos, atua nas diversas áreas do hip-hop. Com seus dois maiores sucessos sendo: um ep lo-fi existencialista e triste; um trap essencialmente goiano sobre seu Gol Bola rebaixado e Marilia Mendonça. Abriu os braços e mergulhou de ponta nas águas da música universal, rompendo com a caixinha do rap, do trap, enquanto expande a caixa de “o que é Devito”.

Com estética e objetivo definido só faltava uma coisa: se fixar na cabeça do público.

Assim surgiu: “Lovesongs Para Cornos”. Primeiro álbum e projeto melhor trabalhado do artista e quiçá do estado -tão pouco marcado no gênero- . Enxuto, direto e reto: 7 faixas, passando por funk, pop de C&A (ou qualquer marca de roupa, rs) R&B existencial, R&B de safadeza e tudo com pitadas de lo-fi, Goiânia e Empire.

Notável é a elevação do nível de trabalho em um projeto na cidade. Surpreendido pela quarentena, teve de voltar sua divulgação toda para o mundo virtual. Com pacote de figurinha, vídeos teaser excepcionalmente bem animados, identidade visual estritamente definida e seguida a risca (créditos ao designer Clandestine), grudou a todos que tiveram contato com os materiais.

Talvez a sacada mais importante foi a das limitações. Não apenas do artista, do alcance, do gênero, mas o velado e importante: apreço pela linguagem. Quando lançou seus 2 primeiros singles, o funk “Danada” contava com uma linha sobre ilícitos. No mesmo dia, a faixa foi retirada de todas plataformas, regravada e sai agora em versão limpa, mostrando a seriedade e visão para com o trabalho, enquanto mantem portas abertas.

No lançamento de seus dois singles, conquistou espaço na playlist “Viral Goiânia” ao lado de grandes nomes do sertanejo e do funk, dando sinais sobre o acerto no caminho.

O lançamento é previsto para o dia 4 de Junho. Já foram lançados dois singles. A capa também foi anunciada. O pre-save já está disponível -para a alegria do gado- e pode ser feito aqui.

Confira o single Danada: