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Versu2 lança clipe ‘Nova’s Graças’ com Dj Erick Jay e fala sobre novos projetos

O clipe conta com a produção de Fernando Gomes a.k.a Zica da Foto, e vem basicamente com a ideia de captar esse olhar fotográfico e poder transformar em audiovisual, saindo um pouco da linha clichê que vem sendo produzida ultimamente.

Quando a gente costuma dialogar sobre o cenário do rap atual, é inevitável não falar daqueles que foram responsáveis por construir todo um caminho que de fato movimentou, ergueu e fortaleceu uma cultura tão rica, ou seja, a chamada velha escola do Hip-Hop.

Como essa abordagem é feita em amplitude nacional, no nordeste não foi diferente, e em 2008 na cidade de Salvador, Coscarque e Blequimobiu deram vida a Versu2. Com uma bagagem extremamente pesada de conhecimento e vivência, os MC’s fazem parte da verdadeira vanguarda na Bahia, e por esse motivo sempre buscaram agregar diversas sonoridades em suas composições, pregando em suas letras a real essência da cultura hip hop e indo totalmente contra os padrões que não se encaixam na sua visão de mundo e claro, mandando rimas conscientes.

“É tudo muito igual, frágil, efêmero, alquimistas sem o ouro da sabedoria escrevendo puro chumbo e um publico carente e domesticado sem poder critico aceitando tudo isso como o mais valioso dos metais. A nossa ideia com a música é mostrar a simplicidade e sua eficiência, sair do mundo virtual e falar de/e para as pessoas, esquecer a farsa do tal “Rap Game” no Brasil e se importar com as pessoas e mostrar que o Rap na Bahia é uma “Oldsséia” e não só uma versão genérica da Dercy espalhando meia dúzia de palavrões nas letras, e na real a música já fala muito por si, e ficaria chato explicar tudo”, diz Coscarque.

O documentário “Início, Meio, Início” conta um pouco da história da Versu2. Em seus 29 minutos, o registro audiovisual conta a história e trajetória do grupo soteropolitano através de depoimentos de artistas, amigos e parceiros que acreditaram e continuam acreditando na contribuição do Versu2 para a profissionalização de ativistas locais do rap. O documentário conta com os depoimentos de: Emicida, Nego Freeza, Robson Véio, MC Daganja, Jaciara, Cdoze, Jussara Santana, Patrícia Dias, ChibaD, Indemar Nascimento, Danilo Costa, Fernando Gomes, Rogério Brito, Lívia e Alicia Dias Alcântara. Além dos próprios MCs do grupo e o DJ Jarrão.

Talvez passando uma visão mais direta sobre os trampos, mas sem deixar os detalhes se perderem pelo caminho, os Mc’s já estiveram envolvidos com grandes nomes do rap nacional, KL Jay, Don L, Kamau, Inumanos, e pra quem não sabe, foram os responsáveis pelo lançamento das duas primeiras mixtapes do Emicida na Bahia. Com um novo talento  junto ao time, o produtor Raffa Muñoz agora é responsável pela parte musical do grupo, e promete render bons frutos, guardem esse nome.

Minha primeira pergunta foi querer saber o porque de todo esse tempo “parado’’ e qual o motivo que fizeram eles voltar. Bom, no mínimo já estava esperando uma resposta coerente, exemplificada com grandes nomes, baseada em fatos históricos e foi exatamente isso que eu escutei, porque conversar com Coscarque é uma verdadeira aula de referências, história, cultura, ou seja, aprendizado ao pé da letra. Ele me respondeu com o momento em que Mandela e Angela Davis (Militante dos panteras negras) estavam em cárcere, e por ela foi dita seguinte frase: “Quando uma mulher negra se movimenta, toda a sociedade se movimenta com ela”. Ou seja, eles sempre estiveram em movimento, o trabalho sempre veio sendo feito de formas diferentes, mas mantendo o ritmo pra que as pessoas continuassem ali, se locomovendo sempre.

Em meio a todo esse processo de construção e novos planos, eis que surge o projeto musical “Zuhri73’’, com apenas um ano de trabalho, a banda já é considerada uma das grandes revelações da música na Bahia e tem a beleza de unir o Rap e o jazz orgânico, com a mais pura qualidade, e que inclusive faz parte da Classudos – Rap Jazz, a festa mais bonita, fina e claro, classuda de Salvador, fato. Mais uma prova de que movimento só depende do circuito que a gente faz.

Foto @heyheykiddo

Falando sobre lançamento, os meninos divulgaram nessa terça-feira (01) o videoclipe da música “Nova’s Graças“. O trabalho conta com a participação de nada menos que o campeão mundial do DMC, Dj Erick Jay, instrumental de Dj Poeira, Felipe Pomar e Souns Engineer por PelaOrla.

O clipe conta com a produção de Fernando Gomes a.k.a Zica da Foto, e vem basicamente com a ideia de captar esse olhar fotográfico e poder transformar em audiovisual, saindo um pouco da linha clichê que vem sendo produzida ultimamente. O clipe é todo em preto e branco, com cenas minimalistas, rimas ácidas e bem diretas. As imagens foram feitas em um bairro boêmio de Salvador, o Rio Vermelho. As cenas acontecem entre uma antiga e fechada casa de show underground de Salvador e um palco publico abandonado, inaugurado recentemente, onde acabou virando um pico para a galera do skate.

Trecho da Música
[O rap ganha com soldados tipo Dark / Tem baixa quando perde um tipo Cidrak / A rua tá cada vez mais mate ou morra, brabo]