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Um papo com Don L

Pude colar num show do último bom malandro, seu xapa Don L, aqui em Outubro de 2018. Com certeza foi um dos shows em que eu mais curti colar e fotografar. O formato é o mesmo que ele apresentou no showcase da World Rap Music (WRM), mas numa versão estendida, tendo como dobra Terra Preta, nas picapes DJ Roger e na guitarra Guilherme Held.

Com todos os ingressos da casa vendido dias antes do show, foi necessário uma apresentação extra. Na passagem de som do segundo dia, conseguimos conversar com ele.

Durante a entrevista, Don L falou um pouco da faixa que fez com o Froid em “Teoria do ciclo da água“, e explicou o trecho de sua música em que diz “Se eu não for seu rapper favorito, eu provavelmente sou o favorito do seu favorito”:

“Conheci o Froid mais pela internet mesmo… Eu sempre tive muitos relatos de rappers que falavam que eu sou grande influência pra eles, mas o Froid ele se diferenciava pra mim porque em primeiro lugar eu sempre achei ele um bom rimador.. e por ser um cara que não falava comigo só no private, só na dm. Muitos rappers chegam pra mim e falam “caralho você é o meu rapper favorito, você é uma das minhas maiores influências e tal” e nunca me citou numa entrevista, falavam dos rappers do Rio ou de São Paulo … isso acontece comigo desde antes de lançar caro vapor, por isso no caro vapor eu digo provavelmente eu sou o rapper favorito do seu raper favorito”.

– Tu tem alguma esperança de que a gente consiga um mudança nesse cenário político?

“Cara, eu tenho. Eu acho que mesmo com todos esses problemas, isso tudo já tá aí, já existe. E a gente tá muito melhor na real, porque é a primavera brasileira… eu nunca vi tantas mulheres pretas usarem os cabelos afros no Brasil e em vários lugares, isso é uma conquista num país extremamente racista como o nosso… e por aí vai, os gays estão saindo nas ruas de mãos dadas e se beijando na rua. Isso não existia e não é um ditador filho da puta que vai chegar agora e vai acabar com isso, porque isso é mais forte, é cultural.”

Don L ainda aponta que por mais que haja a possibilidade de repressão nas artes, isso não vai, ou não pode, deixar que os direitos básicos conquistados se percam.

“Existe a possibilidade deles virem com repressão no máximo, ao ponto de como acontece em outros países ditaduras que matam homosexuais, mas as conquistas não tem volta, mano. Tem um determinado ponto que a gente chegou que a gente teve conquistas reais, agora é simplesmente as pessoas assumirem o seu lado, que é uma guerra.”

Confira a entrevista na íntegra.