Tasha & Tracie, as gêmeas do trap, do rap, da moda, do que é tendência, da autoestima, do The Town e da apresentação no Sesc Bom Retiro. Queridinhas do GShow, Capricho, Folha, Estadão e afins, também foram as artistas que demonstraram seu amor por shows em locais com preços mais acessíveis e principalmente mostraram porque são consideradas o nome do momento.
O resumo do show é: autoestima jovem feminina e preta. Suas músicas, o público, tudo, pode ser exaltado dessa forma. A frente do palco foi tomada por jovens de black, de trança, com a mão esticada, querendo um tchauzinho, um oi, um gloss (que elas jogavam no meio do show), qualquer mínimo contato com as cantoras.
Um bom exemplo disso, para quem nunca foi ao Sesc bom retiro, tem uma van no subsolo que leva até a estação da Luz, enquanto a gente esperava a van para ir embora, uma jovem abre a porta de saída do prédio e fala “A Tasha e a Tracie vão passar por aqui?” com a resposta negativa, ela corre de volta, procurando um mínimo contato com as cantoras.
E tudo isso é muito justificável, a antiga era com Salve, RUFF, SUV são hinos, a nova era com os sons mais atuais não fica pra trás, sendo românticas, falando de amor preto, mas principalmente falando sobre autoamor.
E é importante ressaltar, entre pequenas coreografias de cada música e discursos, elas mesmas fizeram essa divisão entre antiga e nova era dos sons atuais pros antigos, então podemos esperar continuação do estilo musical mais recente das artistas.
No começo e no estúdio, acreditava que a Tasha era responsável pelo flow mais cantado e a Tracie pelo flow mais boombap, rap clássico, mas tem isso não, a Tasha se impõe, a Tracie canta os versos românticos, inclusive foi a Tasha que no meio do show começou o papo de que elas são referências porque todas as meninas pretas ali também são e a Tracie complementou falando como são todas fodas.
E não sei se essa conexão toda é por serem gêmeas, mas com certeza elas são univitelinas no palco, poucos shows com mais de um integrante tem tanta sincronia, e não só do combinado, óbvio que quando acontecem as coreografias, quando trocam de posição uma com a outra no palco, tudo ali parece muito ensaiado e pensado, mas cantando, uma completa a outra, não dá pra saber quem é segunda ou primeira voz, um timbre combina com o outro e encaixa com a platéia cantando. O show das gêmeas é um grito de autoestima, mas um grito muito bem planejado, incrivelmente bonito, com gloss e potência.
Inclusive, foi um show mais curto, durou cerca de quarenta minutos apenas, pois as gêmeas tavam no meio de um monte de eventos e tinham que se preparar pro The Town, mas foi o suficiente pra criar um ambiente incrível, que dá pra perceber nessas fotos: