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RND Freeverse | Lucas Felix ironiza a ‘sorte’ em cima do beat de Schoolboy Q

O rapper, integrante do grupo A.L.M.A., aborda Felix lançou umas barras cheias de poder com uma certa medida de ironia e intitulou o trabalho de “Sorte / Mais do Mesmo“. questões de extrema importância na track.

O vigésimo sexto RND Freeverse está no ar! Dessa vez, quem chegou para somar foi o talentoso MC Lucas Felix, do grupo ALMA (com um baita disco na rua “Da ALMA ao Caos, LAMA na Casa“), que usou a instrumental do som “Ya Ya” de Schoolboy Q, cujo produtor é o apreciado Boi-1da.

Felix lançou umas barras cheias de poder com uma certa medida de ironia e intitulou o trabalho de “Sorte / Mais do Mesmo“. O vídeo, dirigido por RafaVmp e co-dirigido pelo próprio mc, alterna entre imagens de Felix jogando as rimas “no meio do nada”, imagens de personalidades vencedoras que subverteram e também imagens bem fortes de massacres e mortes geradas pelo preconceito cego. Felix explica:

˗˗ O que me motivou a fazer esse som foi aquele pensamento que paira sobre vários jovens pretos e de outras cores mas que vivem em favelas e periferias que conseguem ingressar numa boa faculdade, ter um bom emprego com um bom salário, alcançar uma certa compreensão existencial e levar uma vida adulta digna, ter acesso á cultura, literatura, qualquer coisa que sirva de portal para levantar a auto estima e instigar a vontade de conquista, deixando para trás diversos obstáculos que encontram no decorrer da infância e adolescência num bairro ou comunidade carente.

˗˗ Quando digo que tive “sorte“, estou sendo irônico e ao mesmo tempo não, porque não sabemos se o que nos fez escapar de um destino ruim. “Sorte”, no som, significa muita coisa. Por exemplo, se eu tivesse nascido no Mississipi nos anos 20, talvez não tivesse chegado aos meus 24 anos vivo. Quem sabe o que nos separa/salva/impede se casos como o das crianças do Vigário? Eu preferi chamar amargamente de sorte. O ”mais do mesmo” é um sarcasmo por conta de quantos outros batem nessa tecla e muitas vezes são ignorados, quantos casos de extermínio de povo preto e/ou pobre existem e poucas, pouquíssimas vezes há justiça, quantos pretos desaparecidos e até hoje nada? E por aí vai…

Confira a obra:

Trecho da música
[eu era um gênio ou era sortudo?/ ou era isso tudo? eu era isso tudo/ querendo o tudo!/ eu nunca tive tudo mas eu sempre tive nada/ foi aí que decidi que me dividir/ foi o que dizimou meu irmão que ficou pelo dízimo/ pergunte ao pastor se ele vai por / a mão na cabeça do que virou vapor/ vai porra nenhuma, então cá estou]