Recentemente o Rapper Tubaína voltou para a cena depois de um bom tempo sem lançamentos, shows e etc. E concedeu uma entrevista ao RND para trocar uma ideia e nos contar um pouco sobre o que aconteceu nesse tempo parado, sobre o Audioclan, a cena do Rap nos interiores do país e muito mais.
Muitos fãs pensaram que você tinha encerrado a carreira, mas qual foi o real motivo dessa pausa e o que ela agrega na sua vida pessoal e como artista?
“Salve! Primeiro gostaria de agradecer a oportunidade de trocar essa ideia aqui com vocês. Então, essa pausa na minha carreira ocorreu por uma soma de motivos, a uns 3 anos atrás eu recebi um convite de um empresário para fazer parte do selo musical dele, íamos refazer algumas canções minhas e gravar mais algumas inéditas no intuito de montar um disco e trabalhar as músicas nas rádios. As músicas iriam ficar com um instrumental mais orgânico, com banda e tal, e me foi proposto por eles dar essa pausa nos meus lançamentos enquanto esse disco não ficava pronto, até chegamos a gravar a maioria das músicas e gravamos alguns clipes também, mas passaram-se 2 anos e a produtora musical não conseguiu se organizar para lançar os trabalhos, o projeto foi aos poucos sendo abandonado por eles, alguns acordos financeiros também já não estavam sendo cumpridos por parte deles, foi aí que resolvi romper com eles e retomar os lançamentos. Quando fechei com eles eu tinha algumas músicas para lançar e acabei deixando na gaveta, e assim que rompemos eu lancei, foram as músicas ‘Sinal de Fumaça‘ , ‘Pra ver o mar‘ , ‘Eles fica como‘ , ‘Apenas negócios‘ e ‘Navegante‘. Após o lançamento dessas músicas meus filhos nasceram e resolvi adiar essa retomada nos trabalhos, esperei virar o ano e agora estou de volta a todo vapor”.
Em 2015 foi lançado o álbum “Corpo São, Mente Insana” que foi um dos melhores álbuns do rap nacional naquele ano, qual a importância dessa obra na sua carreira?
“Esse disco é um trabalho que me orgulho muito de ter feito, sou muito grato a todos que participaram dele. Quando lancei esse disco consegui colocar ele pra tocar em lugares que foram importantes pra mim naquele momento, fizemos por exemplo uma apresentação no Show Livre e lançamos o disco no programa Manos e Minas (Tv Cultura) , isso provou pra mim mesmo na época que eu poderia subir o nível do meu profissionalismo e assim chegar onde eu quisesse, era só me organizar direitinho“.
Sobre o Damassaclan, nos últimos anos tiveram muitas entradas e saídas de artistas do selo. Hoje, quem são os integrantes do Damassa?
“Haikaiss, Costa Gold, Família Madá, Cartel Mcs, Tubaína, Flip, Bitrinho, Flow Mc, Ojuara, Dj Sleet, Dj Cainã, Syro, Smoke, Jonas Bento, Cortesia da Casa, Ursso, Zapi, Lotto e Haitam”.
Agora com a sua volta, é possível nós vermos o Audioclan também ressurgindo?
“Sim, o Audioclan é um projeto que nunca tem um cronograma certo, eu, Dalsin e Dj 3D somos muito amigos, mas estamos morando cada um em uma cidade, por isso não estamos lançando nada juntos, mas sempre que a gente se junta sai algo. Ano passado chegamos a comprar vários beats pra fazer um disco novo, mas não conseguimos fazer por falta de tempo, vamos ver se ano a gente solta algo, o público vive pedindo”.
Em suas músicas as “lovesongs” sempre foram destaque na sua trajetória, e hoje, o trap está em alta. Podemos esperar o Tubaína numa pegada mais trapper em 2019 assim como você já fez junto com o Dalsin?
“Então, sempre escrevo mais o menos na pegada do que eu to sentindo no momento, não tenho muito um estilo definido, já fiz sucesso cantando músicas românticas e também já fiz um barulho cantando as mais pesadas como ‘O Plano ta formado‘ por exemplo… Acho que já tem muita gente fazendo trap, eu faria se fosse algum feat e tal… mas pra esse ano estou mais afim de resgatar o boombap, na pegada dessa última música que lancei “Grana” , é um estilo de Rap que eu gosto muito de escutar”.
Qual a sua projeção para o ano de 2019 e o que o público pode esperar em relação à singles, álbum e videoclipes?
“Bom, iniciei o ano focado em recomeçar, não é uma tarefa fácil quando já se tem algum tempo de carreira, fiquei algum tempo sem compor nada também, precisei buscar referências que me inspiraram quando comecei, pra que me inspirasse novamente e assim voltar a fazer música com aquele mesmo sangue no olho que eu fazia a uns anos atrás. Estou empenhado em aumentar a minha frequências de lançamentos, apesar de gostar mais de construir um álbum e depois lançar, acho que lançar singles vai funcionar melhor para me recolocar no cenário, então planejei pra esse ano lançar pelo menos uma música por mês, ou clipe, ou lyric video, vamos ver se dou conta de bater essa meta, começamos em fevereiro com a música “Grana”.
Você sempre enalteceu a força do interior no Rap Nacional, como você ver a cena dessas regiões hoje em dia, e quais os nomes que você indica para o público?
“Vejo a cena cada dia mais democrática nesse sentido, antes tudo girava em torno do eixo RJ SP, claro que essa região ainda é onde se concentra as coisas, mas já é mais comum do que antes ver artistas de outros estados e dos interiores dos estados protagonizando o cenário. É o caso por exemplo de nomes como Djonga de MG, Froid do DF e Matuê do CE , todos eles já a algum tempo com muita força na cena. Acho que a tendência é cada dia mais o interior ter mais espaço, falando do interior de Sp por exemplo já vimos grandes nomes como Dalsin, Síntese, Coruja BC1 e muitos outros. Vou finalizar deixando de indicação aqui para o público um grande professor pra gente lá no Vale, o Ralph aka. Barba Negra, quem não conhece procure saber aí no YouTube”.
“Muito obrigado RND pelo espaço. Um grande abraço e um bom ano pra nós!”