Quantas vezes já te chamaram de “má influência” simplesmente por viver como gosta e fazer tudo aquilo que deseja? Ou até mesmo foi prejulgado dessa maneira pelo seu modo de falar, de se vestir ou de se expressar?
Conseguiu se identificar?
É através desta perspectiva que o rapper Sueth apresentou para o público seu mais novo álbum, “Má Influência“, que saiu dia 20 de agosto e já conta com quase 2 milhões de visualizações no YouTube.
Desde menor, nos olham como má influência, seja por vir de onde a gente vem ou pelo nosso estilo de vida alternativo, sem seguir um certo padrão da sociedade. Por isso acredito que muita gente vai se identificar, apesar de ser um álbum bastante pessoal, porque em todas as faixas, tentei expor meus sentimentos, sejam eles felizes ou tristes, bons ou ruins — Sueth
O rapper chama a atenção pela sinceridade transmitida através do álbum, além da excelente qualidade presente no projeto, que já vinha dando sinais de destaque desde o lançamento do single “What’s Your Name?“.
Mas, para entender um pouco melhor sobre esse novo trabalho de Sueth, o convidamos para uma entrevista para falarmos sobre sua carreira e o álbum.
O artista de 23 anos mora em São Gonçalo (RJ), cidade conhecida no meio do rap nacional por ser o local que abrigava a famosa “Batalha do Tank“, que revelou vários nomes importantes do nosso cenário musical.
Foi através das batalhas de rima que Sueth iniciou sua carreira, por volta de 2014. Na mesma época, o rapper também começou a produzir e cantar em cima de beats de trap, vertente a qual sempre se identificou.
Ao longo desses anos o cenário do rap vem se desenvolvendo e mudando constantemente, com isso, o artista vem acompanhando e absorvendo tudo ao seu redor, mas claro, sem abandonar sua estética. Ao ser perguntado sobre o que percebeu de mudança ao longo desses anos no seu som, Sueth respondeu:
Acho que a mudança nos meus sons veio com o passar do tempo, pegando experiência de estúdio, vivência, aprendizado, estudando mais sobre produção e diversas outras coisas; mas o que eu faço hoje, é a mesma estética do que eu fazia quando comecei a minha carreira, claro, com pensamentos diferentes — Sueth
A partir de um projeto criado pela gravadora e produtora independente UCLÃ, para ajudar artistas que não tinham muita visibilidade, Sueth foi chamado para participar do som “BIG CHECKS“, que também conta com as participações de Sos e Yunk Vino. Depois disso, no final de 2019, o rapper acabou recebendo um convite pra assinar um contrato com eles.
Depois disso preciso falar? Foi hit atrás de hit. “Safadinha“, “Bandida” e “Michael Phelps” são alguns exemplos. Com mais de 100 milhões de views no YouTube e 50 milhões de plays no Spotify, a UCLÃ está entre as gravadoras do rap nacional que mais cresce no Brasil.
Para consolidar sua carreira, surge o álbum “Má influência”, perguntamos ao Sueth como foi o processo de construção do álbum e quais foram suas principais referências nesse processo?
O meu álbum foi feito em cima do que eu sinto e do que eu vivo, acho que isso fica bastante claro quando você observa as letras, tem muito sentimento ali dentro, é um álbum bastante pessoal… As minhas referências pra poder construir e dar vida a esse projeto foram os meus amigos e a minha família, tipo, tem tanta coisa que nós já passamos juntos, que não teria como ser diferente pro meu primeiro álbum — Sueth
Quanto tempo levou pra finalizá-lo?
Desde quando eu tive a reunião com a minha gravadora e nós planejamos lançar um álbum, demoramos uns 2 meses pra concluir tudo, mas claro, a maioria das músicas já estavam gravadas… Tem músicas no meu álbum que foram feitas antes mesmo da minha entrada na Uclã, um exemplo dessas músicas é a faixa número 8 “Carta de despedida” que já deve ter 1 ano e meio — Sueth
No álbum, a música “Bando 1649” quem fez o beat foi o próprio Sueth. Perguntamos como é esse lado produtor dele e se já tinha assinado algo anteriormente?
Eu comecei a produzir no início da minha carreira, por dificuldades financeiras. Eu vi que se eu não aprendesse a fazer beats eu não iria ter condições de fazer as minhas músicas, então eu corri atrás e aprendi, e consequentemente comecei a vender beats também pra poder fazer dinheiro com música, já que na época as minhas músicas não davam retorno. Eu produzi as minhas 2 primeiras mixtape’s (DRXVM, CATHEDRAL) e diversos outros singles meu e de outros artistas — Sueth
Todas as faixas do seu álbum terão videoclipes futuramente?
Gravamos 5 clipes pro álbum (What’s Your Name, Dia de Baile, Dance, As ruas sabem meu nome & Young Nava) não sei se vão ter outros, por enquanto são só esses — Sueth
Hoje (27/08), aconteceu o lançamento do clipe da faixa “As Ruas Sabem Meu Nome“, que conta com a participação de Azzy e Ryan RealCria.
Sueth conta o que o público pode esperar desse lançamento e como foi a gravação do videoclipe:
Podem esperar um bagulho real… Gravamos no bairro onde eu sou criado, junto de vários amigos de infância, alguns deles hoje em dia são envolvidos no crime e no dia da gravação do clipe nós fizemos uma pintura na rua do baile da China, e deu pra ver que todo mundo ficou feliz em ver oque estava sendo feito, desde os meus crias até os moradores; O clipe não tem a ver com a apologia ao tráfico, mas sim em mostrar a nossa realidade, espero que entendam isso — Sueth
Pra finalizar, perguntamos ao nosso público do twitter se alguém tinha alguma pergunta pra fazer pro Sueth e recebemos algumas que variaram entre o nome do curso de inglês que o rapper já fez, se ele prefere pastel ou chachorro quente e até piadas sobre a música “2 minutos“, mas só essas foram selecionadas:
Amigos e família — Sueth
Todas as faixas tem o mesmo peso pra mim, eu gosto de todas, não tenho uma favorita, deixei essa parte pros meus fãs rs — Sueth
Com 12 faixas, “Má Influência” reúne participações de Bokage, Duzz, Sos, Azzy, Ryan Realcria, Sobs, El Sagaz e Danike. Os beats são de Peu, NAVA, AJ, DOISV, Pedro Mazzi, KASH, 808 Luke e do próprio Sueth. Mixagem e masterização de China Mafra.
O álbum completo pode ser conferido nas principais plataformas de streaming. Confere se tu for má influência, as boas ouçam com cuidado.