RND: Quais são as suas referências musicais, as suas inspirações?
Drog: Busco muita referência nas musicas antigas. Cresci escutando samba, black charme, soul, jazz, pagode, hip hop. Diariamente ouço esses estilos musicais, é foda ver o quão avançado os artistas ja eram naquela época. James Brown, Quincy Jones, N.W.A, Bambata e varios outros artistas pretos.
RND: Como você acha que a cena de BH vai estar daqui há algum tempo?
Drog: A cena de BH é forte demais, variada e com muitos artistas de qualidade. Tem tudo pra ser referência nacional, e daqui um tempo vai ser. É questão de tempo e do público expandir a visão para além do eixo RJ-SP.
RND: Como foi o processo criativo para o EP?
Drog: Sensacional. A ideia surgiu enquanto eu assistia uma série e foi progredindo ao longo do tempo. As pessoas que convidei pra participar compraram a ideia e entraram de cabeça com tudo. Sou grato dms a todos que fizeram isso acontecer, foi o projeto mais prazeroso que já fiz.
RND: Soube que você passou na faculdade, como você tá lidando com tudo isso? Faculdade/trabalho/música?
Drog: É um bagulho doido. Sempre gostei de fazer varias coisas e ter meu tempo ocupado. Então tudo isso me distrai da minha própria mente, não deixa eu cair nas armadilhas. É gostoso demais o sentimento de estar vivo e estar vivendo, por isso vou dando o melhor em tudo e administrando da melhor forma possível pra que haja uma ligação entre as três coisas.
RND: Como você se vê profissionalmente daqui a 5 anos?
Drog: Estável, mas sempre buscando a evolução. Quero ter alcançado as metas que eu tenho e buscar mais e mais conhecimento e vivência
RND: Qual a sua questão com aranhas mano? E como isso influenciou a concepção do EP?
Drog: (risos) mano sempre achei as aranhas um animal fantástico. Inteligente, extremamente sensitivo, cauteloso, astuto, e etc. Eu era fã do homem aranha quando criança, e, por coincidência (ou destino, vai saber), fiquei fascinado num deus que é representado como homem-aranha. Por isso a representação da aranha na capa e etc. Além das qualidades de Anansi (como deus), eu trago a ideia de viver como uma aranha pra lidar com a sociedade e a vida. Tem que ter cautela, tem que ser inteligente nas ações, tem que ser astuto pra fugir do perigo, tem que saber lidar com as energias que nos rondam.
RND: O quê você acha dos movimentos Hip Hop em geral, como as paradas que o Marechal faz?
Drog: O hip hop é cultura preta e periférica. É muito mais do que fazer música pra vender. O hip hop salva vidas, os movimentos são uma forma de protesto contra o estado e toda a sociedade que fecha os olhos pros problemas da periferia e do povo negro. Hip hop é denuncia, é nosso grito. Esses movimentos são extremamente necessários pra mostrar que nós tamo aqui e temos voz.
RND: Nas suas letras você sempre fala sobre questões relacionadas a playboy, fala mais sobre isso
Drog: Ganhei bolsa de 100% pra estudar numa escola particular e fiquei 7 anos la. Vivi uma vida que não era minha, colei com pessoas que não me viam da forma que eu sou e não respeitavam isso. Foi um processo complicado pra sair disso e conquistar meu respeito e lugar de fala. Eu odeio playboy que não respeita outras vivências, que não sai da própria bolha e acha que a vida é uma festa. Eles tentam tirar nós em qualquer lugar, tentam mostrar que tão acima, mas não conseguem. Depois que ‘cê’ conquista seu respeito e entende quem você é no mundo, ‘cê’ não abaixa pra playboy nunca mais. A minha alegria é ver playboy triste, pq a alegria deles é me ver mal. Então antes chora eles e a mãe deles, do que eu e a minha!
O EP de Drog Mc já está disponível, confira: