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Review: “O Inferno do Cachorro Magro – O EP do Vilão” por Shawlin

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Fala aí, rapa do blog! Eu sou o LAHuss e fui convocado pra dar meu parecer sobre os mais variados álbuns nacionais, desde os lançamentos mais quentes, como também os clássicos. Fiquem ligados às quartas, sempre surgirão hot reviews sobre os melhores discos, mixtapes e EPs do rap brasileiro. Pra iniciar bem essa missão, falarei do mais novo trabalho do rapper e produtor carioca Shawlin, sob a alcunha de seu alter-ego sombrio, cujo nome é referenciado no título do trabalho.

Denominado “O Inferno do Cachorro Magro – O EP do Vilão”, a obra foi lançada sobre o selo musical da Skol, o BuuumTrax, e traz Shaw rimando em beats que fogem à sua zona de conforto, produzidos em sua maioria pela dupla de trap & bass music Tropkillaz, os quais vivem carreira nacional e internacional meteórica. A introdução e as skits são, em sua maioria, retiradas do humorístico fluminense Hermes e Renato, criando um tom bem sarcástico e original, condizente com a lírica de Shawlin.

Após a Intro, Shaw versa sobre uma produção própria, a faixa “FIM (Lado A)”, que explica a circunstância que levaram à morte do Shaw e o consequente nascimento do CM: o término de uma relação amorosa. Em termos técnicos, a faixa tem uma sonoridade bem parecida ao álbum “808’s and Heartbreak”, do Kanye West. A produção melancólica e as letras introspectivas e pessoais impressionam.

Um pouco mais a frente do EP, vem à tona a track mais impactante de todo o projeto, cujo o nome é “A Raiva (Lado B)” e o beat é assinado pelo mineiro Coyote Beatz. Nela, o Cachorro Magro já está devidamente incorporado, soltando suas punchlines ácidas e desprovidas de pudor, assim como um refrão que mesmo polêmico, tem tudo pra ser um dos melhores do ano:

“Me falta paz, buceta não falta
Mulher que me der paz vai ficar com a moral em alta (3x)
Eu quero paz, buceta não falta
Mulher que me der mais vai ficar com a buceta em alta”

Outro ponto forte do trabalho é a produção simplesmente monstruosa dos Tropkillaz, que mostram sua versatilidade em club bangers como “Deixa Eu Viver”, faixas de protesto como “Late Igual Cachorro” e “FMP”, e na escancarada “O Clã”, onde o CM discute tanto suas amizades no rap game quanto aqueles que insistem em julgar negativamente sua arte.

Ainda há muito pra rolar no cenário nacional em 2015, mas certamente “O Inferno do Cachorro Magro” estará até o final do ano entre os lançamentos mais aclamados. Seu único deslize, na minha opinião, foi a falta de outra track calma como “FIM” que intercalasse os traps agressivos e violentos (no melhor dos sentidos). Mesmo assim, o EP consagra Shawlin como um dos artistas mais expressivos e versáteis do rap brasileiro.
Nota4,5