Fala niggada! Ya boy Huss de volta em mais uma review nacional. Hoje a pauta será sobre um trabalho quente diretamente das terras cariocas. Vou falar sobre a 1ª parte do Se7e, disco do Ber, membro dos já famosos Cartel MCs. “Porra LAHuss mas por que não revisar o disco todo?” Acontece que o próprio Ber resolveu soltar o trabalho de uma maneira diferente. A 2ª parte ainda virá, em julho, e terá uma temática diferente, bem voltada ao trap, como no último CD do Cartel. Já essa 1ª metade vem com uma cara mais old school, abusando do boom bap.
E é exatamente das produções que eu começo a falar. Os instrumentais escolhidos são de uma qualidade impressionante, lapidados por beatmakers experientes no game, como o Goribeatzz, o Neobeats e o Daniel Sydens. A produção ta suja, no melhor dos sentidos: os beats exalam rua. Dá pra ver claramente as influências do boom bap das antigas na escolha dos samples e no encaixe dos drums e do baixo. Nesse quesito, os que mais me agradaram foram os da “Minha Vez”, que tem uns samples incríveis (inclusive um da Flamboyant, do monstro Big L) e que casam muito bem, tornando a track bem uplifting, perfeita pra ouvir quando tu sai pro corre pela manhã; e o da “Walter White” (guardem o nome dessa track, ela ainda será bastante comentada no post hahaha), que gruda no ouvido tipo Silver Tape.
No mic, o Ber vem ácido, sem pudores e incisivo como sempre. Quem já é ouvinte do Cartel já tá acostumado com a naturalidade com a qual ele trata de temas como sexo e drogas. Algumas faixas como “Então Vamos Transar” (olha esse nome, neguin ! hahahaha) já anunciam a que vem. O flow é uma preocupação constante, e praticamente nunca se repete ao decorrer das músicas. Outro ponto de destaque são as punchlines, o álbum tá recheado de pérolas. Aqui vai um exemplo, tirado da “Porão”, do que se encontra com frequência ao ouvir as faixas:
Bigode estilo Super Mario
Não colo com otário, são vários mercenários
O jogo é sujo e desconfiar é necessário
Várias piranhas se exibindo no aquário
Batam ponto no horário
Me enjoa esse cenário me embrulha o estômago
Mas tipo assim, se ela marca pra mim é gol
Levo pra casa e tomo suco de vagina
Depois do sexo até me inspira umas rimas
Sobre o conceito do álbum, não há grande variação entre eles, e não houve houve muita mudança em relação aos temas abordados pelo Cartel. O lifestyle carioca, regado a drogas, gatas e farra continua sendo fielmente retratado. A diferença é que agora trata-se da visão pessoal do Ber, onde ele se aprofunda bastante em suas peculiaridades, como por exemplo na track “Minhas Psicoses”. Os feats escolhidos não decepcionam, e nomes como o Spinardi do Haikaiss e o lendário titio De Leve largam versos pesados, respectivamente na “Special” e na “Sujo Mermo”.
A repetição em relação aos temas realmente foi a única parte que me incomodou. Produção, flows, lírica e métrica estão no ponto, e o trabalho (pelo menos essa 1ª metade) é um dos destaques nacionais desse ano. Devido ao release dividido do álbum, darei a nota de cada parte separadamente, e ao final da 2ª revisão darei a média das notas. No mais, aguardem por mais hot reviews do Dream Team dos blogs! Até!