Fala mes amis! To aqui de novo em mais uma resenha do rap brasuca! Hoje revisarei o “Cinza Chumbo”, novo álbum do Dalsin, cara de quem sou fã desde o ano passado, após ouvir o ótimo “Trema”. Vou ficar devendo a logo do blog na arte da capa porque o pc do CEO e Photoshop boy Vinar queimou (tadinho, tanto post quente nosso que ele não aguentou). Enfim, sem mais enrolação, tiupar review!
Começarei falando dos instrumentais. Boom baps e traps caminham lado a lado no cd, assim como momentos agitados e chill out vão se mesclando ao decorrer do álbum. Tais pontos, além da variedade de beatmakers envolvidos no projeto (nomes conhecidos como Neo Beats, Nox, Billy Billy e Boca dos Beats, entre outros) podem soar como positivos, mas acabam gerando um problema: a produção do álbum, de uma forma geral, não ganhou uma sonoridade própria, uma sequência em termos de musicalidade. O resultado é um cd com cara de mixtape, compilação; Há qualidade nos beats, mas parece que o seu mp3 tá no modo shuffle.
No quesito MC, o Dalsin mostra porquê é um dos nomes mais respeitados da nova cena do rap. A lírica está afiadíssima, e os flows originais e inovadores, talvez até pela diversidade de beats criticada por mim (tudo tem seu lado positivo). O Philippe versa sobre diversos tópicos, como por exemplo suas ambições no jogo, seu estilo de vida corrido e louco, além de temas introspectivos como família e relacionamentos. O deslize aqui continua sendo a falta de sequência lógica pra um álbum: em uma track ele trata de um assunto, na próxima ele já muda completamente de contexto, sem que haja uma ordem linear de tempo, ou qualquer skit que possa conectar uma coisa à outra. Se o ouvinte for parar pra ouvir 3 ou 4 tracks separadas, vai se satisfazer com todas, pois a qualidade é inegável; ao se ouvir o álbum por inteiro, porém, persiste aquela sensação de aleatoriedade que já citei ao falar das produções. Meu destaque pessoal no cd vai para a faixa “Luxo”, a que mais me agradou tanto na performance do Dalsin como no beat. Deixo aqui um trecho dela:
Acordei com cheiro de champagne na minha cama e uma capa da Vogue dizendo que me ama
Mas ontem ela nem lembrava da fama me ofereceu até… Deixa pra lá segue a trama
Vagabunda pra atacar do malucão usou meu nome não usou meu fone ligou pro cornão gemendo
Eu atacado nem tinha comido a vaca e o babaca me ligou e eu falei que comi mermo. (“Luxo”)
No mais, destaco a boa escolha dos feats (alguns acrescentaram bastante ao trabalho, como o Don Cesão e os caras do Cartel, bons entendedores da trap music). Sei que comparar trabalhos de um artista pode parecer incorreto pra alguns, mas eis minha opinião: o álbum anterior do Dalsin se destacou justamente pela identidade musical facilmente notada e pela contextualização e sequência dada dos temas. Tecnicamente, o rapper até ousou mais nesse novo trabalho, exibindo novas levadas e rimando sobre mais assuntos, mas faltou aliar essa qualidade lírica à uma direção artística mais competente.
E é isso bonde, fiquem ligados no blog mais estourado da cena, principalmente nas reviews nacionais, porque esse mês vou ter um trabalho da porra! Até!