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Review: “Crônicas da Cidade Cinza” por Ogi

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Coé, leitores! Tô de volta trazendo mais um álbum nacional na pauta. Como os artistas nacionais estão todos preparando seus novos trabalhos, os quais serão lançados em sua maioria a partir do 2º trimestre, resolvi trazer uma obra que está entre as melhores da história do rap nacional. Quem assina o disco, lançado em 2011, é o storyteller paulistano Ogi (que, inclusive, irá soltar seu um álbum esse ano).

As tracks mostram as mais diversas faces de São Paulo, trazendo uma overdose de punchlines, aulas de flow do intérprete (que ora canta, ora reproduz vozes e sotaques diferentes), além de uma produção que opta pelos boom baps, os quais funcionam como uma verdadeira trilha sonora da rua, e são assinados por diversos produtores renomados, como o DJ Caíque, Nave, Stereodubs e o próprio Ogi.

Em algumas músicas, o eu lírico toma a forma de personagens ilustres da capital de São Paulo. “Eu Tive Um Sonho” traz a ótica de um nordestino que saiu de sua terra pra construir a metrópole, e “Profissão Perigo” retrata o dia a dia frenético de um motoboy. A faixa mais famosa do disco, “Por Que Meu Deus?”, narra um assalto a partir do ponto de vista do bandido e do policial, fazendo com que o ouvinte se sinta na cena do crime.

Outras músicas, entretanto, se destacam pelas letras (semi)autobiográficas de Rodrigo. A sequência “Premonição” e “Noite Fria” é protagonizada por um pichador, o qual poderia ser o próprio Ogi, que é um assumido riscador das ruas. A popular “Eu Me Perdi Na Madrugada” tem como tema um rolê (cujo eu lírico também pode ser o próprio rapper) na Cidade Cinza e seu surpreendente desenrolar.

Além de toda sua lírica e flows inovadores, o paulistano tem como habilidade-chave o poder de transportar quem o ouve às mais diferentes situações, fazendo com que o ouvinte viva na pele o que é SP mesmo que nunca tenha pisado na cidade em sua vida. Lançado no mesmo ano em que os megasucessos “Doozicabraba e a Revolução Silenciosa”, de Emicida, e “Nó Na Orelha”, de Criolo, penso que as “Crônicas da Cidade Cinza” é superior a ambos e estabelece Ogi no topo da cena de rap nacional.

Nota5