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‘Quem Dera Ser’, nova faixa dos rappers Tiago Mac, Akira Presidente e Dk ADL

Lançado terça-feira passada (31), o som que uniu três grandes nomes da nova geração do rap nacional chegou igual um hadouken em quem diz por aí que o gênero está morrendo no Brasil.

“Quem Dera Ser” acertou, e muito na lírica dura ao sistema elitista e preconceituoso. Os caras conseguiram unir perfeitamente flow com um beat de trap finíssimo. Divido em três partes, o som começa com Tiago Mac denunciando a violência na Zona Norte do Rio de Janeiro e a dificuldade atual de expandir cultura em ambientes hostis e abandonados pelas mídias. Racionais já citou “a cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente”.

Akira Presidente também chegou bravo na rima e mostrou que a desunião produz toda a guerra que vivemos no mundo egoísta e de interesse. O rapper, então, conseguiu realizar uma analogia inteligentíssima, onde é possível aniquilar teus inimigos com a arte.

Para fechar, sem comentar do refrão melódico que coloca geral para pensar, o rapper DK do ADL, não poupou críticas ao consumismo e fez questão de apontar a luta contra o racismo e machismo, que todo dia mata e violenta inúmeras pessoas no Brasil.

Fechando a questão lírica do som, gostaria de chamar a atenção dos leitores para o beat da música.

Descoberto pela Academia de Beats, projeto idealizado pelo DJ Coala, Jatobá depois de produzir o beat para a faixa “May Day” do Projota – o beatmaker tem deficiência visual – mandou novamente uma batida de tirar o chapéu.

Para quem não conhece, Jatobá é paranaense e músico. Ele toca teclado, guitarra, bateria, violão, saxofone, contrabaixo e acordeon.

Quase nada intrigados e curiosos, nós do portal RND perguntamos para o Jatobá como ele produz beat com deficiência visual, e a resposta foi a seguinte:

 

Utilizo meu conhecimento musical no universo do hip hop, que é mais eletrônico e sampleado. Para minhas produções tenho um programa sintetizador de voz chamado voice over, ele me oferece toda acessibilidade que preciso. Quando estou trabalhando utilizo o teclado, tudo que faço no instrumento sai em uma voz sintetizada, e assim, sou capaz de imaginar uma tela onde me situo e navego entre as tracks, equalizo, faço mixagem, volume, panorama, efeito, masterização de áudio e etc