Comemorando o dia dos namorados, Dora Viva, Amanda Sarmento e Helen Zninga juntaram-se para promover uma viagem onírica e naturalista pelo amor. Disponibilizado hoje (12), “Baby” serve mesmo se você não estiver na vibe romântica desta data, por ser uma bela canção, cheia de elementos interessantes a se perceber e apreciar.
A parceria entre as três artistas teve início no programa de residência artística para mulheres, Arte Sônica Amplificada (ASA), realizado pela Oi Futuro e o British Council, em parceria com as instituições britânicas Lighthouse e Shesaid.so. A iniciativa tem como objetivo aumentar o acesso e atuação das minas dentro do mercado da música, por meio de workshops e mentorias que apoiam o desenvolvimento de suas carreiras a partir da investigação de suas potencialidades criativas. Um desses frutos é a tal canção citada aqui, concebida durante este processo e agora compartilhada com o público.
Dora Viva, dona de uma voz inconfundível, faz sua primeira aparição “solo” dentro da cena. Entretanto, ela já possui uma experiência após participar do ótimo projeto “O Folclore do Monstro Gigante“, do carioca Cayo Carig lançado em 2018, onde ela entregou incríveis feats na maioria das faixas. Sua contribuição foi tanta, que sua voz é parte integrante do conceito do trabalho, que é guiado pelos versos do MC e pelos refrões marcantes da cantora. Desta vez, Dora chega dividindo-se entre versos e swings, revezando entre as rimas e a parte cantada da música, norteando o refrão e o início. Além disso, a artista também foi responsável pela produção e arranjos da faixa, puxando a para um lado alternativo do R&B, com influências do rap, rock e blues.
Amanda Sarmento e Helen Nzinga são jovens e potentes promessas da cena. A primeira, a grande responsável do refrão de “Baby“, trabalha em seu primeiro EP e contribuiu muito para a atmosfera psicodélica do som, quase que passeando entre um soul e o rap, trazendo toda sua versatilidade.
Helen, por sua vez, já possui um trabalho na rua, o EP “Nzinga Mbandi“, lançado no ano passado. Construindo seu verso através da polissemia e jogo de palavras, a artista fica na área mais incisiva da canção, mostrando sua potencialidade lírica e ao mesmo tempo sútil para poder falar de amor. Forte como o sentimento, mas afagando e abraçando.
“Baby” é pavimentada pelas particularidades das três artistas, onde cada uma é um pilar fundamental. A estética e identidade do som fica bem marcada por meio disso e do trabalho visual. Refletindo a quarentena, o projeto foi feito com imagens captadas na casa de uma do trio, respeitando a quarentena e simultaneamente conseguindo destacar os aspectos individuais dessas minas incríveis. Utilizando uma fotografia com bastante roxo e filmagens de animais em seus habitats, o clipe consegue passar essa sensação sonhadora, afrodisíaca e psicodélica da faixa.
O trabalho contou com a edição de vídeo feita por Amanda Suita e mix/master de Igor Ostrovski.
Confira agora mesmo essa brisa musical: