Poetas no Topo foi o evento que rolou na terça-feira (10/01), o primeiro evento de 2017 foi uma celebração de um ano que foi maravilhoso para o Rap. O lineup contou com BK, Jxnvs, Sain, CHS, Luccas Carlos, Djonga, Coruja BC1, FBC, Raffa Moreira, Funkero, Sant, Kayuá e Baco Exu do Blues. Todos os maiores expoentes do ano passado reunidos, o que tornou este show um clássico instantâneo antes mesmo de acontecer.
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Apesar da espera, assim que foi iniciado o show o público vibrava. Quase todas as músicas eram cantadas a plenos pulmões, e a energia entre público e MC’s era nítida. Todos os MC’s estavam juntos no apertado palco enquanto cada um cantava a sua parte, o que só ajudou a dar essa cara de celebração.
Começando com o Cypher e depois seguindo os shows solo, o público estava afiado e sabia cantar todas e se manteve bastante animado a noite inteira. Os meninos do Bloco7 mostram claramente a experiência adquirida com as tours da Pirâmide Perdida (banca que nasceu e roubou a cena, em questão de meses), sendo excelentes mestres de cerimônia (e digo isto com o uso correto do termo). Kayuá, é um grande expoente aqui da Zona Norte que merece muito mais atenção, mas até quem não conhecia vibrou quando tocou seu primeiro hit “Girando Capital“. Fiquei feliz pela presença do FBC, pois com a ascensão de Djonga, pensei dos outros membros do DV ficarem ofuscados. O próprio Djonga, eu esperava mais movimento durante o show. Ainda mais por considerá-lo o grande MVP de 2016.
Até aí, teria sido “apenas” um show bom. Porém, existem dois responsáveis pela noite se tornar memorável: Baco e Raffa Moreira. Baco foi cantar “999″ mas ele não queria apenas um show normal, afinal era seu aniversário e ele queria algo especial. Dito e feito, ele desceu pra pista e agitou uma roda para cantar literalmente junto do público, que foi ao delírio e quase se matou com eles claro.
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Apesar de ser polêmico, não dá pra negar que Raffa é diferenciado. Desde que apareceu possui visual e sonoridade diferentes do comum no rap. E no show não foi outra coisa, ficou levemente apagado, até chegar seu momento de brilhar. E brilhou bastante. Começou com “Print na Briga“ já agitando na primeira música e enlouqueceu ali mesmo, indo pra frente dos equipos de som e ficando pendurado de cabeça pra baixo da grade enquanto todos cantavam sua música. Presença digna de rockstar, um Rockstar a la Michael Jackson, como sua música mesmo diz. Com uma presença dessas, não teve jeito, o público pediu para ele tocar mais uma.
Fica a menção honrosa também ao Froid, que não estava no lineup, mas apareceu para dar um oi aos seus amigos e foi recebido como tal. O show parou por um momento durante sua chegada, sendo celebrada tanto pelo público quanto pelos MC’s.
Resumindo, foi um show importante para um momento importante do Rap e que fez jus á expectativa, trazendo momentos marcantes que acredito que serão lembrados posteriormente. 2016 foi um ano em que o Rap se descentralizou à força e colocou novamente os pretos á frente da cultura. Este, pra mim, deveria ser o nome do evento: Pretos no Topo.