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Pra decolar no trap, Jovem Core abre a ‘Caixa Preta’

É na caixa preta do avião onde são mantidas as informações mais valiosas de um vôo e aberta somente após acidentes. Mas longe de ser sobre desastres, o goiano Jovem Core decidiu abrir a “Caixa Preta” pra decolar de vez no gênero Trap music. Lançado em abril no dia do seu aniversário de 27 anos, o álbum contém emoções profundas de um artista independente.

Embora caixa-preta seja muitas vezes utilizado para reforçar preconceito racial, significando “falta de transparência”, o rapper ressignifica o termo nessa produção artística ao dizer o que sente, o que pensa e onde quer chegar um jovem preto.

“Eu defino esse trampo como um marco na minha história, tanto de superação quanto de aprendizado. Uma realização com minhas próprias pernas, uma vitória. Eu me sinto realizado porque sei que essas faixas vão fazer sentido pra várias pessoas”, comemora o trapper, dois meses após o lançamento do disco.

O álbum conta com participações de outros artistas de trap em Goiânia como Clyck, Purple X, Bruxo, Nort, LUA, Bruxa e Pkash. Destaco as canções “Caixa Preta” (acho que a flautinha no beat deu uma sonoridade especial), “Tudo que Eu Mais Quero” (com um refrão de respeito), além de “Já Sei” e “Malone”, que receberam produção audiovisual assinada por Sonnin (G Produções) – O cara no trap goiano!

Jovem Core é Reginaldo Júnior, cria de Senador Canedo-GO e agora morador do histórico bairro Campinas, em Goiânia. Assim como muitos cantores do Brasil, Jovem Core teve seu primeiro contato com a música dentro da igreja, tocando instrumentos de percussão e violão. Mas foi ouvindo rap com seu pai desde a adolescência que seu desejo de ser artista ganhou força.

“Conheci o freestyle, tentei fazer alguma coisa mas não saia nada. Foi um encanto que não sei explicar, isso em 2007”, relembra. Mas foi só em 2015 que Jovem Core destravou as palavras e lançou seu primeiro som “Tudo Tem Sentido”.

Decolando no TRAP

E a partir daí tudo fez mais sentido mesmo porque pouco tempo depois, o rapper montou seu home studio, conheceu grandes produtores de trap como Nulo Void (o cara que mixava as músicas de Raffa Moreira aka BC Raff) e se uniu a outras pessoas que amam a cultura hip hop e estão lutando pra manter ela viva a qualquer custo.

“O maior despertar artístico vem daqueles que um dia me olharam e disseram que isso não levaria a nenhum lugar”.

Jovem Core

Jovem Core atualmente se dedica em suas próprias canções na sua empresa 3P – Próprias Pernas Produções. Produziu seus primeiros álbuns no melhor estilo boombap chamados “Coressência Vol.1” e “Melancólicos Anônimos”.

Mas não escapou das críticas quando decidiu migrar do tradicional Rap para o subgênero Trap ao lançar “Coressência Vol. 2”.

“O trap, como eu posso dizer, é algo que vai além de prazer, é nossa vivência. E hoje podemos ver que está aí no topo das músicas no Brasil, competindo com o sertanejo”, defende o artista.

Além de Sabotage, Racionais, Felipe Ret e Migos, o rapper americano Young Thug é hoje a maior inspiração artística para o goiano Jovem Core, tanto pela múltipla entrega vocal quanto seu comportamento a frente dos holofotes. “Ele não se prende a um estilo musical”, pontuou o rapper goiano sobre suas influências.

Próximo trabalho que Jovem Core vai participar será no projeto chamado “Balaclava”, do Produtor e Beatmaker Janjão, com lançamento previsto para final deste ano.

Acompanhe este e outros trabalho do JOVEM CORE :

Youtube: JovemCore
Instagram: @jovemcore_oficial

Foto de destaque: B.Locus Produtora