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‘O que os livros não dizem’, Kaaif | Arthur Schopenhauer e a importância da música para atenuar a dor

https://www.youtube.com/watch?v=DfBifAOa41s

Kaaif disponibilizou uma nova faixa intitulada “O que os livros não dizem”. A track foi produzida pelo próprio rapper, gravada, mixada e masterizada no estúdio DARK HALL. Vale a pena conferir o som.

Na faixa, a tag SAD_BOY_RAP se faz presente. Questionamentos, angústias, pressão, mais questionamentos e o pior: nenhuma (?) resposta. O instrumental com elementos de trap e as referências à filosofia pessimista auxiliam na ambientação dessa temática.

Talvez suas substâncias não resolvam mais
Garanto que outra dose não resolverá
Pra quem quer se soltar, invento o cais
Ávido pela vida pra poder amar

Com essas barras Kaaif inicia o segundo verso, que é interrompido e ao fundo com aquele bom e velho ruído de sample começa a tocar “A Vida e Suas Voltas Redondas” de Makalister. Kaaif então diz:

O que os livros não dizem, o que os livros não mostram, é a vida.

E continua com as seguintes barras:

Pra poder viver, não só sobreviver
Não se submeter ao que nos impõe
Se viver é sofrer, Schopenhauer por que
Devo viver? Schopenhauer por quê?

Schopenhauer foi um pessimista filosófico. Para ele a vontade é como algo sem nenhuma meta ou finalidade, um querer irracional. Sendo, assim, um mal inerente à existência do homem, causando dor, que é entendida como necessária e inevitável. Já a felicidade seria apenas a interrupção temporária da infelicidade e somente a lembrança de um sofrimento passado criaria a ilusão de um bem presente¹.

O prazer é momento fugaz de ausência de dor e não existe satisfação durável. Todo prazer é ponto de partida de novas aspirações, sempre obstadas e sempre em luta por sua realização. Entretanto, apesar do pessimismo do filósofo, Schopenhauer estabelece a contemplação artística como uma das formas de suspensão da infelicidade e a música, segundo o filósofo, ocupa o papel principal nisso².

Em resumo, para o filósofo alemão a vida envolve basicamente sofrimento e a contemplação artística, em especial a música, é uma forma de suprimir temporariamente este estado.

O que Kaaif nós traz nessa faixa é a importância da música para a existência humana. Como Lutero afirmou:

A música é o melhor remédio para quem está triste, pois devolve paz ao coração, renova e refrigera.