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‘NCLD Cypher 3’ com Morris Diova, Ramon Kaizen, 16 Beats e Oddish; confira o resultado

Atuante no cenário do rap baiano, MC, produtor e beatmaker, Christian Dactes, com o propósito de movimentar a cena local, lança a terceira NCLD Cypher, intitulada “Bastados Inglórios“. Dessa vez, em parceria com a marca Arte Bastada e com as participações de Anderson 16 Beats, Morris Diova, Ramon Kaizen e Oddish e claro, beat e produção feitos por ele. O videoclipe foi gravado na sede do NaCaladaREC, em Periperi, subúrbio de Salvador, e dirigido e editado por Ramires AX.

A track veio com linhas pesadas, trazendo questionamentos, criticas e sentimentos. Morris já começa pedindo para “abrirem para os negros a porta de ouro”. em seguida, Ramon complementa suas ideias e pede “poder ao povo preto”, fala também sobre sua vivência dentro da favela e ainda traz um trocadilho com Raffa Moreira e DaLua (que já fizeram as pazes haha).

Anderson 16 ou Dizza, como é conhecido em Salvador, diz: “Foda-se a lírica que vocês tanto falam, minha cor continua indo para a vala”, trecho esse relacionando a “lírica” tão dita pelos MC’s brasileiros ultimamente, mas ressaltando que a maioria dos jovens mortos nas favelas e periferias ainda são negros e por trás dessas mortes, obvio, existe o racismo. Finalizando a track, Oddish, com o flow afinado e falando sobre a “suprema corte do face” que “brinca de ser Sérgio Moro”, ou seja, são os “novos juízes”.

Quanto a crítica de Dizza, entendi o ponto onde ele quis chegar e imediatamente lembrei dos cinco jovens mortos pela polícia do Rio de Janeiro com 111 disparos, 81 de fuzil e 30 de pistola e também, da chacina do Cabula, em Salvador, onde 12 foram executados. Qual era a cor desses jovens? Fica aí a reflexão do Rap de mensagem, diretamente da Bahia. Confiram a track completa e tirem suas próprias conclusões.

Trecho da música
“Olhe minha reação e faça sua análise / Meu verso é furação, então me chame de catástrofe / Destravei o pino dá granada vendo meus irmãos se explodir lá no pino das biqueiras / Chapado de álcool e paracetamol, sem paz vendo os MANOS se matarem nas trincheiras”