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Machismo, violência e silenciamento na cena do hip-hop, até quando?

A Banguê nada mais é que Ritmo, Poesia & Consciência. Trata-se de um evento cultural gratuito que ocorre em Curitiba e tem como objetivo levar a cultura hip-hop para todos. Proporcionando um bom domingo, colocando em pauta questões sociais importantes para os parceiros que colarem. Além de cada edição ajudar alguma instituição ou lar, o grupo segue o lema:

A mudança começa em cada um de nós até se tornar coletiva

Recentemente as meninas da Banguê foram dar voz para quem era silenciada, fato que ocorreu na Batalha da Cultura em Curitiba, onde foi presenciado injustiça, machismo e até ameaças. Nós do RND não apoiamos e nem passamos pano para ninguém! Declaramos nosso total apoio a causa e temos o prazer de divulgar a nota publica que foi postada em sua página no Facebook.

“No domingo (05/11) estivemos presentes na Batalha da Cultura para garantir que uma vítima não fosse silenciada, devido às recentes denúncias de abuso e pois ela havia escrito versos com sua visão sobre o que passou e quis apresentar ao público.

Em apoio a ela nós da #BanguêCrew fomos juntos com amigos para fortalecer e o que presenciamos foi mais um exemplo de homem agressivo, com tentativas de censurar o poema de uma mulher negra e a culpar pelo “estrago” que estava causando na sua reputação. Por não conseguir nos silenciar chegou a avançar sobre a vítima e uma integrante da crew, chegou até a ameaçar de morte no fim do evento. Inclusive os organizadores tentaram encerrar as atividades, mas junto com os bboys, bgirls e o DJ da batalha de breaking impedimos que isso acontecesse através de barulho e uma roda de dança.

Em nenhum momento alguém da equipe Banguê agiu contra o evento da Batalha da Cultura, muito pelo contrário, apenas exigimos que não houvesse silenciamento (tivemos que fazer barulho para que isso não ocorresse) e buscamos o diálogo antes do evento.

Em reunião com o outro MC organizador da Batalha, dia 26 de outubro às 19h30 no Palácio dos Estudantes, o mesmo disse que iria se posicionar e buscar soluções do caso como conversar com o agressor e providências como afastamento, nota de esclarecimento e pedido de desculpas às vítimas. Além disso oferecemos apoio para a próxima edição (do dia 05/11) para o evento acontecer mesmo que houvesse repressão.

Esse posicionamento não aconteceu e foi requerida uma nova reunião no dia 31 de outubro, nessa data o outro organizador da batalha confirmou sua presença e não compareceu e continuou sem se posicionar.

A Batalha da Cultura é um evento tradicional e de grande importância para a cena hip hop em Curitiba e por isso insistimos que haja um posicionamento sobre os casos de machismo e violência. Cultura no nome tem que ter cultura na atitude, um evento dessa importância não pode ter um agressor empunhando um microfone e espalhando hipocrisia, compactuar com isso é influenciar as pessoas a negatividade.

Passar pano não é a solução! Respeito é pra quem tem.”