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Livros para você entender o rap

Alguns livros para o pessoal ler em quarentena.

Livros que te entregam consciência de classe, te explicam sobre privilégios e de quebra expõem o racismo. Isso é a nossa literatura periférica. Obras e nomes que inspiram, de pessoas que por meio da poesia e da literatura, construíram um forte engajamento comunitário.

Trago leituras para quem gosta de rap e aprecia a cultura hip hop. São livros que se fazem recentes, como toda obra que desperte sentimentos. Melhorar. Pensar. Conscientizar. Respeitar. Nós conseguimos subir na vida sem pisar em ninguém. 

Sérgio Vaz

Acredito que essas sãos as três principais obras do escritor. Com muita bagagem e passando uma visão de arrepiar, o agitador cultural, também é o fundador de um dos movimentos culturais mais conhecidos do Brasil, o Sarau da Cooperifa.

O ato revolucionário do poeta há muito tempo já mostrava para nós a importância de cuidar do coletivo. A relevância envolta em Sérgio Vaz é tanta, que mais uma vez provamos de uma arte para todos. Confira três obras do poeta.

“O Sarau da Cooperifa é quando a poesia desce do pedestal e beija os pés da comunidade.” — Sérgio Vaz

1. Colecionador de Pedras

O prefácio do livro ficou por conta de Ferréz, mais adiante vou citar um trabalho do escritor também. 

Esse livro de poesias é tão lindo, que pode provocar inúmeras sensações. Definitivamente a leitura de Sérgio Vaz soca nosso estômago e ao mesmo tempo entrega um afago. É inspirador. 

“As pedras não falam, mas quebram vidraças.” — Sérgio Vaz

No vídeo abaixo, você pode conferir o poema, que conta com dois personagens, Vitor e Hugo, alusão ao nome do escritor de uma das obras de literatura mais clássicas do mundo: “Os Miseráveis“.

Poema “Os Miseráveis”, de Sérgio Vaz.

2. Literatura, Pão e Poesia  

O que dizer de um livro de crônicas com apresentação de Heloisa Buarque de Hollanda? Fantástico.

As crônicas transportam o leitor para a periferia da Zona Sul de São Paulo. O poeta abre portas, inflama ideias e duvido alguém terminar esse livro sem se sentir humano.

A narração que deixo, feita pelo próprio Sérgio Vaz, para mim, é como o início de Vida Loka Parte II. Todo fim de ano, quero cantar. No caso ler. Agora você pode ouvir:

Poema “Novos Dias”, de Sérgio Vaz.

3. Flores de Alvenaria 

Esse livro ainda não tenho o físico, mas já li vários poemas pelas mídias sociais de Sérgio Vaz. Abaixo, você pode conferir um dos poemas de Flores de Alvenaria.

Poema “Caminhos”, de Sérgio Vaz.

Férrez

Reginaldo Ferreira da Silva, conhecido como Ferréz, é escritor, palestrante e produtor cultural. Em sua trajetória literária e cultural, Férrez passa uma visão de extrema importância para toda uma comunidade. O livro abaixo é forte.

4. Capão Pecado

Livro indicado para quem deseja aprender mais sobre racismo, e é branco. Além disso, a obra trata as desigualdades e faz você pensar em todos os seus privilégios.

Essa obra de Férrez é como um documentário em forma de ficção ou romance, com fotos documentais e personagens da periferia. Com uma capa muito forte, logo após o prefácio, a frase:

“’Querido sistema’, você pode até não ler, mas tudo bem, pelo menos viu a capa” — Férrez

Capão Pecado tem um acervo com lindas fotografias e também participação de Mano Brown. Abaixo, um pouco da história do escritor:

Breve autobiografia do autor Férrez

RACIONAIS 

Aulas de política, racismo, história e luta por direitos e de classes.  

5. Sobrevivendo no Inferno

Há 23 anos, o grupo Racionais Mc’s lançava um dos discos mais icônicos da história do rap nacional, que em 2018, tornou-se obra literária pela Companhia das Letras. Sendo atualmente literatura exigida no vestibular da Unicamp (São Paulo).

Esse livro é perfeito, é daqueles que você tem orgulho de ter na estante de tão bonito. A obra é somada a um artigo fenomenal, posicionando o leitor em uma linha do tempo social dos anos 90. O artigo foi escrito por Acauam Silvério de Oliveira, professor de literatura brasileira na Universidade de Pernambuco

Para finalizar, as poetisas que apontam a representatividade da mulher na poesia periférica. Negabi e Pacha Ana, no Manos e Minas:

Programa “Manos e Minas” com participação da rapper Negabi
Programa “Manos e Minas” com participação de Pacha Ana

E aí, gostaram das indicações? Em um momento tão delicado, buscar  referências em pretos e pretas é primordial para que saibamos onde é o nosso lugar de fala. Escute. Aprenda. Lute.