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Kendrick Lamar e a história do racismo velado

Este texto é baseado na premiação do 58º Grammy e nesta apresentação do Kendrick, que aconteceu na última segunda-feira (15), no mesmo evento.

Este texto é baseado na premiação do 58º Grammy e nesta apresentação do Kendrick, que aconteceu na última segunda-feira (15), no mesmo evento.

Kendrick Lamar recebeu 11 indicações ao Grammy e delas, levou 5. Ai vem o questionamento, né? Já imagino — “Mas porra, Vitor (autor do texto), ele levou 5 prêmios, como pode ter sido racista as premiações? Não exagera.”

Beleza, mano. Vamos lá: “To Pimp A Butterfly” não levou o prêmio de melhor álbum porque? Falar sobre racismo incomoda, uma capa de álbum com negros na frente da casa branca, incomoda mais.

capa kendrick lamar To Pimp A Butterfly

Alright” não levou o prêmio de melhor clipe do ano porque? Falar sobre racismo e denunciar genocídio e a violência policial num videoclipe, incomoda.

Das 5 premiações que o Kendrick levou, todas foram apenas com relação ao gênero Rap (O gênero mais ouvido no mundo), porém as mais importantes (melhor álbum e melhor videoclipe), foram levadas pela Taylor Swift — curioso, né? música num contexto geral é só aquilo que os brancos criam — porque?

Não estou dizendo que a Taylor Swift é uma artista ruim (os dois tem até um som juntos), estou dizendo que os jurados (brancos), não aceitam dar o protagonismo total aos negros —A não ser que você seja um Michael Jackson, uma Ms. Lauryn Hill ou um Outkast da vida, que faz um milhão de vezes melhor pra que não haja dúvidas e boicotes.

Eles sempre irão tentar minimizar quem combate ao racismo, seja pela música, pelos estudos, é um contexto histórico que já está mais do que claro (rs). Porém… Kendrick Lamar chegou pra deixar escuro, de novo.

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Só tenho a agradecer por ser da época desse grande artista, que representa todo o poder, inteligência e resistência de um povo, Compton é a África, os EUA é a África, o Capão Redondo é a África, o Brasil é África… basta nos reconhecermos. Já passou da hora.

Obrigado por essa apresentação, tenho orgulho e muito amor pelo meu povo, nosso povo. Tupac estava ali, The Notorious B.I.G. estava ali, Big L 139 estava ali, Guru estava ali, Eazy-E estava ali, no momento em que vi o Common aplaudindo e o LL Cool J apresentando, eu só conseguia sentir isso, orgulho.