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Jovens Frutas Cítricas

A junção do grupo capixaba Solveris com os mineiros Sest & Barbara e Maori (Zarastruta) deu num belo suco gelado de abacaxi com hortelã: refrescante. Trap, rap, o suingue da guitarra e um som de tambor de aço caribenho foram misturados como em uma vitamina de frutas feita no liquidificador. Energia pura de quem traz uma sonoridade diferente e leve pra cena do rap nacional. Pra mim parece meio impossível não chapar ouvindo esse som chamado SORRISÃO.

Decido o som nas caixa, brother, eu vou te fuder
ÀTTØØXXÁ no volume, eu lembrei de você

Solveris, pra quem ainda não conhece, é um grupo de Vila Velha/ES que vem ganhando bastante espaço na cena. O grupo composto por Morena, Leozi, Dok e Magro é responsável por produzir um mix de Jazz, Pop, Soul e a vivencia de Vila Velha dentro de seu rap. As vozes e flows dos quatro integrantes se complementam dentro dessa proposta de beats misturados com samples de jazz e até trilha sonora de filme. Tanto Sest & Barbara quando o Maori eu fiquei conhecendo através da faixa colaborativa. Pela outras músicas que ouvi o duo mineiro tem uma estética dentro do rap também diferente, contendo mais organicidade dentro dos singles que foram lançados. Já Maori faz parte do grupo de rap também mineiro Zarastruta, que recentemente lançou um EP muito interessante com o Jean Tassy, se chama Trilogia Nomade (pretendo escrever sobre).

Baby, veja o mar da nossa janela
Voltei de viagem, tenho tanta história
Vamo fechar a porta, cortina, e já era
Depois te conto tudo, vem viver o agora

Uma das coisas mais interessantes de Sorrisão é que a junção dos 7 mcs não deixam a canção longa e muito menos chata. Muito pelo contrário, pois se você ouve com a música junto com o vídeo clipe a vontade é de sair pra rua, tomar uma cerva gelada com os amigos debaixo de um dia ensolarado. Mesmo morando no interior de Minas, o clipe me passa uma das diversas imagens que Belo Horizonte carrega (imagino que o clipe tenha sido gravado la). O som já traz essa sensação de verão, de carnaval, de calor, de felicidade, de vontade. Do beat a letra, Sorrisão transmite esse sentimento de querer estar feliz, de breja trincando e corpo em movimento.

Belo Horizonte, um maço e um isqueiro
Um vinho tinto vermelho
Minha rota virou roteiro

Outro ponto que faz parte da estética do som e do vídeo clipe é o local usado como plano de fundo: mma espécie de bar e disk-cerveja. Pra quem sempre toma aquela com os amigos em casa e tem que fazer o corre dos litrão sempre recorre ligando naquele disk maroto que traz a bebida pro deguste. As varias caixas de cerveja, ou engradados de água, ou até aquele papel anunciando o valor do Corote são marcas registradas dos disks cervejas espalhados por todo esse Brasilsão. E o bar com aquela jukbox de fundo traz todo o charme e a diversão que o clipe carrega consigo. Daquelas caixas de som saem brega, rap, samba, sertanejo e vai. A jukbox de um bar raíz é a ode a boemia sem freio, onde se ouve de tudo, se dança de tudo, chora, bebe, ri, joga sinuca e coisas mais.

Oh baby, te levar comigo, dar um giro no sol
Meu bem, esquece tudo aquilo que te priva o som
O que separa a carne viva e estátua de sal
É o que diferencia o esforço do dom

Enfim, Sorrisão é um som que parece com um drink de fruta cítrica, você vai bebendo, esquece do resto e quando vê já ta embriagado mexendo o corpo sem sentido algum. A conexão BH x Vila Velha dá muito certo, esse clipe pode ser visto daqui há vários anos que vai surtir o mesmo efeito no corpo, nas sensações, e isso é música, é diversão. Tanto o Solveris, quando Sest, Barbara e Maori fazem parte dessa leva de artistas que estão surgindo ou em ascensão trazendo novas sonoridades e abordagens pra música rap. Ouvir tudo isso é “só Sorrisão”.

A produção fica por conta de Dok e Maori. Logo abaixo o vídeo clipe: