Após a dupla ter participado da produção do filme Annie (2014), Jay Z e Will Smith embarcam em uma nova parceria; serão produtores executivos de uma minissérie para a HBO.
Jay e Will fazem a frente, junto com James Lassiter e Aaron Kaplan, de uma série que contará a história real do jovem Ememett Till. Um pre-adolescente negro que foi tragicamente e brutalmente assassinado em 1955 por supostamente ter flertado com uma mulher branca.
De acordo com o site Variety, Kaplan originalmente lançou a ideia para os rappers (Will Smith possui diversos discos de rap), que imediatamente agarraram a oportunidade de contar a trágica e importante história. Que provavelmente deve ser contada em 6 horas de série.
A minissérie da HBO ainda não teve nome anunciado. Também não há previsão de estreia.
Caso Ememett Till
Em 1955, um garoto de 14 anos da cidade de Chicago, Emmett Till, visitava seus parentes em Money, no Mississipi. Conta-se que Till teria assobiado em galanteio à senhora Carolyn Briant que, junto com seu marido, Roy Briant, brancos, eram donos do Mercado de Carnes e Comestíveis Bryant. Alguns dias mais tarde, em 28 de agosto de 1955, Till foi seqüestrado, brutalmente espancado, fuzilado e atirado no rio Tallahatchie.
O primo de Emmett, Wheeler Parker, que estava com ele na loja, confirma o assobio do garoto, mas alega que não fizeram nada para a mulher. “Ele adorava brincadeiras, adorava divertir, adorava piadas.” Porém, as piadas do menino, engraçadas em Chicago, não tinham a mesma conotação no Mississipi, marcado pela segregação e preconceito racial.
O assassinato de Emmett gerou enorme repercussão nos EUA, contribuindo para o crescimento do movimento pelos Direitos Civis do país.
No dia do crime, Bryant e seu meio-irmão, JW Milam, pegaram o carro, com sua esposa Carolyn, e outra pessoa não identificada, para “dar ao menino uma lição”. Dirigiram-se à casa do reverendo Wright, tio de Emmett, onde se hospedava, e o pegaram.
Colocaram-no na parte traseira da caminhonete e o levaram para um galpão na cidade vizinha Sunflower County, onde espancaram o menino, arrancaram-lhe um olho e lhe deram um tiro de misericórdia. Um descaroçador de algodão de 30 quilos foi amarrado ao pescoço de Till com arame farpado e em seguida lançado ao rio.
Três dias depois, o cadáver inchado e desfigurado foi encontrado. Os irmãos assassinos e a polícia tentaram convencer a população que não era Till, que ele estava em Chicago. A identificação foi muito difícil devido às graves lesões. Acabou sendo reconhecido graças ao anel que usava e que tinha sido de seu pai.
O julgamento dos irmãos Bryant começou em 19 de setembro de 1955, 22 dias após o assassinato. Moses Wright,tio de Emmett foi uma das principais testemunhas convocadas a depor. Levado pelo promotor Gerald Chatham, apontou para um dos assassinos suspeitos e identificou o homem que havia matado seu sobrinho. Em 23 de setembro, numa sessão de apenas 67 minutos, um júri composto apenas por homens brancos absolveu os acusados. A absolvição deixou a todos indignados provocando o aumento significativo do Movimento pelos Direitos Civis.
Após o julgamento, a revista Look pagou a JW Milam e Roy Bryant $ 4.000 para que contassem a verdadeira história. Sabendo que não poderiam ser julgados novamente, os irmãos confirmaram o crime e afirmaram não ter escolha diante da situação a que chegaram, aprisionando e espancando Emmett.
Em 10 de maio de 2004, os Estados Unidos através do Departamento de Justiça anunciou a reabertura do caso para determinar se qualquer outra pessoa além de Milam e Bryant estavam envolvidos.Como nenhuma autópsia foi realizada em Till, seu corpo foi exumado em 31 de maio de 2005 no subúrbio de Chicago, no cemitério onde foi enterrado. O corpo foi enterrado novamente por parentes em 4 de junho e tem sido positivamente identificado como o próprio Emmett Till.
Fontes: Adoro Cinema, Variety, Opera Mundi (texto do caso), WikiPédia (texto do caso)