Connect with us

Hi, what are you looking for?

Old

Fortal tá no mapa com muito álbum de qualidade

Quem é artista e reside fora do eixo e principalmente em Fortaleza, sabe o quanto sua arte é menosprezada a ponto de serem invibilizadas pelas ”listinhas” de melhores albúns do ano. Mas essa matéria tem o objeitvo de mostrar os albúns dos talentosos artistas de Fortaleza lançados esse ano com o intuito de mostrar o quão a capital cearense é repleta de ótimos artistas. Veio a mente um verso do RT Mallone que reflete muito o que a cena de Fortal é: “Me sinto sozinho como estrelas em São Paulo, nascemos pra brilhar mas nunca somos vistos”. Mas vamos apresentar essas estrelas pro Brasil inteiro reconhecer esses rappers que não podem ser deixados de lado.

Arte de Erick Bezerra


Frvnklin Machado foi o primeiro artista de Fortal a lançar seu EP em 2019, e com uma qualidade extrema apresentou seu inédito EP Neon, com participações de Wiu e Rodrigo Zin, com capa feita pelo talentosissimo Erick Bezerra, arte essa que teve a participação da linda modelo Sheila Miliane.

EP Neon contém 5 faixas muito bem produzidas, com versos que trazem consigo muito sentimentos, do amor a solidão de nunca ser reconhecido como um dos melhores dessa cena nacional injusta. Acayu, Ultima Garrafa, Lacrimosa, Scarlet e Neon resultam num EP divino que vicia o ouvinte a deixar no repeat e se encantar com essa obra de Rnb e Trap produzido por Wiu.

Perguntado sobre como é ter um EP muito bom e não conseguir ter o mesmo alcance e notoriedade dos artistas do eixo, Frvnklin Machado respondeu o seguinte: 

“Causa a sensação de que sempre ta faltando algo… Muitas vezes a galera fala ‘mas tu é bom, não precisa se preocupar’ e eu sei que preciso, se o trampo não gera retorno a gente fica sem como investir nos trampos que virão, no nosso visual, em ajudar nas despesas e etc” e reforça “É colocar a alma em algo que é comprado como se não fosse nada”.

Arte por Igor César

Omar lansou a “A Braba” recentemente, precisamente – ontem (27) – e chega com muita qualidade e versatilidade, reforçando a qualidade desse artista metropolitano nascido e criado em Pacajus que faz parte do selo Astromob.

“A Braba”, segundo o rapper era uma coleção de “músicas na gaveta” e que na verdade ia se chamar “Na tora” e ter 20 faixas, mas por conta de algumas turbulências, o projeto foi dividido em dois.

“Toda a estrutura sonora foi feita por mim, beat, letra, voz, enfim, e por isso a mixtape ia se chamar “Na Tora” , porque foi assim que eu aprendi a fazer música, sem curso, sem mestre, sem recurso, somente com o meu pc, placa e mic, que eu trabalhei pra pagar (e ainda to pagando)”.

A mixtape contou com a versatilidade de Omar onde foi responsável pela letra, beat, voz, mix, master e prod. executiva. Capa por conta de Igor César.

“A Braba vem diretamente das ruas de Pacajus, fruto de vivências de eventos de rock , batalha nas praça, paredão no beira, reggae e de uma juventude que resiste até no meio do gera. Se ela vai ser isso tudo mesmo a gente só vai descobrir em 2020 né”.

Arte de Zé Victor

Doiston um dos rappers que mais tem evoluído ultimamente e entrado em ascensão atualmente, lançou seu EP “Foi Sal” em novembro, projeto esse onde o artista constrói versos falando girias de Fortal, de maneira que faz que com quem ouve se identifique e por consequencia cative o ouvinte.

“Todos os beats foram criados no Raiz Studio por mim e Edgar, com exceção de “Vai Ser Sal”, que ficou por conta do Jonas de Lima, vulgo Coro Mc. Com as guias prontas, começamos a ouvir o trampo, e fomos criando timbres, adicionando alguns, tirando outros e viajando no som. Achei que seria muito foda ter mais energia envolvida, mas o que incluímos foi as guitarras e trompete. Meu mano Agno César, foi a nossa cereja do bolo nas faixas “Vai ser sal” e “Correria”. Eu acho o trompete muito marcante, me lembra os filmes de máfia.”

“Foi Sal” foi produzido pelo próprio artista em conjunto com Edgar Marques e Jonas de Lima, fotografia de Ariel Gomes e arte de Zé Victor. As 5 faixas inéditas contém participações de varios artistas cearenses, entre eles estão; Agno César, músico integrante do coletivo “Outra Galera”, Rafael Martins, guitarrista da banda “Selvagens a Procura da Lei”  e dos rappers Vilão e Jonas de Lima.

Arte por Filipe Lippo

Carlos Gallo lançou em 2019 o melhor album da cena nacional, citado por diversos sites e presente entre os 10 melhores albuns do ano, Veterano representa a qualidade da cena de fortal e acima de tudo a qualidade do rapper Nego Gallo. o EP lançado no começo do ano fala sobre as belezas da capital e o caos de Fortal misturando trap, reggae, ragga e dancehall produzido por Coro MC e Léo Grijó. 

Veterano tem participações importantes que conectam algumas cidades do nordeste. a colaboração de Coro MC, Don L, MC Mah, DaGanja e Galf AC resultam no melhor album do ano. A foto que compõe a capa foi captada pelas lentes de Antonello Veneri e arte de Filipi Lippo.  

Por Marvin Arcanjo

Marvin Arcanjo lançou seu primeiro EP recentemente chamado “Reais?” o que comprova tamanho do potencial desse jovem artista que ja é um dos melhores da cena. ”Reais?” fala do crime presente na favela da capital cearense e do incentivo e a força do jovem periférico para alçar voos altos. 

” O EP “Real?” foi uma desconstrução que eu tive na minha vida, falo sobre traumas, vivencias e sobre não saber o que a vida pode nos proporcionar. Um dia você está muito alto, no outro você cai e se sente afundando”.

Afirma o artista
https://www.youtube.com/playlist?list=PLGsUxrUaV9TD4V7Rjqo8mlB1eHgf_y3IX

A arte da capa foi feita pelo próprio artista, juntamente com a mix e master, representando a versatilidade e a proatividade desse jovem talento que é Marvin Arcanjo.

Arte por Pirata

Perimetro Urbano – grupo de rap em ascensão – constituído por Nico, Seth, TKR e LK, apresentou seu EP Sinfonia dos Becos em outubro pra mostrar que o rap de fortal está presente na cena nacional e carrega nos seus versos a realidade sincera da favela de Fortaleza e a violência constante na capital. Com produção de Pedro Gomes, arte de Pirata e a representação do personagem da capa por conta de Remido, resulta num ótimo projeto que afirma que a capital cearense é um celeiro de talentosos artistas independente de sua aréa de atuação. 

“A ideia sempre foi que o EP fosse muito direto no ponto que mostrasse esse momento do grupo, passamos por altas fitas antes disso tudo acontecer, até que Pedro Gomes chegou com uma proposta pra gente poder falar das conquistas do último trabalho lançado, EP 1995.”

Sinfonia dos Becos foi uma abertura de caminhos para o grupo crescer e expandir seus horizontes e segundo os artistas eles estão em processo de construção de um novo albúm para 2020. 

Mas e aí a pergunta que não cala, até quando os artistas fora do eixo e principalmente os artistas de Fortal, vão ficar fora da vitrine? Vitrine essa que deveria mostrar TODOS, todos sem excessão, independente de gênero, indepedente do local que esse artista se encontra, TODOS deveriam estar entre os melhores. Fazem esses artistas competirem entre si, quando o intuito é só mostrar para o público o projeto bem construído, quando que vão começar a olhar principalmente pro Norte e Nordeste e reconhecerem o talento que se encontra ali presente. Eles não podem ser invisibilizados, foi muita luta pra construir cada faixa e cada capa, então valorize – os.