Com diversas participações no currículo, além dos seus álbuns solo “Crônicas da Cidade Cinza” (2011), o “RÁ!” (2015), e ainda mais dois trampos com o Contrafluxo, o “Missões e Planos (2005) e Super Ação (2007), o paulista Rodrigo Ogi anunciou essa semana, no twitter, que seu próximo EP terá sete faixas e será lançado em outubro deste ano.
Ogi, que carrega esse vulgo porque já usava nas suas assinaturas quando grafitava, tem fãs por todo o país, alguns deles já estão bem ansiosos por esse próximo trampo, Pedro Dantas, de Maringá (PR), é um deles, que conheceu Ogi justamente em um momento relativo as coisas que ouvia no primeiro CD. “Espero nesse EP um Ogi mais maduro ainda, agora que estou mais velho e também que nossas ideias conversem, igual foi com o Crônicas da Cidade Cinza”, afirmou.
Tal como Pedro, Rian Santos, de Fortaleza (CE), espera o novo trabalho com ansiedade. “Ouvir Ogi mudou minha vida em vários aspectos, foi o primeiro rap que escutei, diferente de muitos amigos meus que começaram com Racionais e outros caras. Comecei por Ogi por causa do meu irmão, que reside em São Paulo e em uma das minhas viagens pra lá, ele mostrou Crônicas da Cidade Cinza pra mim. Esse CD pra mim foi um marco, assim como o Rá, tenho certeza que com o EP não será diferente”.
Bati um papo com Ogi sobre esse próximo trabalho. Confiram!
Qual a importância desse EP pra você? O que pode nos adiantar sobre ele?
Esse EP, na real, seria um disco que comecei a fazer com o Nave no começo desse ano. Só que a gente fez algumas músicas, catou outras e decidimos fazer esse disco para o ano que vem. Guardamos algumas músicas que estavam nesse projeto e ficaram muitas músicas boas disso, então, decidimos fazer um EP.
Essas músicas que ficaram para o EP são muitos pessoais. Esse é muito mais pessoal, não que os outros não sejam. Acho que devido ao nascimento do meu primeiro filho, muita coisa mudou na minha cabeça, eu mudei muito nesses nove meses que ele vai fazer. Calhou também desse EP ter tido o lançamento planejado para bem próximo de quando vai sair o meu tênis em colaboração com a marca ÖUS, que é a marca que me apoia. Vai sair o EP e no mês seguinte o tênis, em cima disso, esse EP é meio que uma coisa comemorativa ao lançamento do tênis também.
Uma coisa que eu não paro é de fazer música. Posso não lançar muita coisa, mas estou todos os dias fazendo, escrevendo ou produzindo algum beat ou criando alguma melodia, gravando aqui na minha casa… Muito disso eu coloco na gaveta porque acabo enjoando, achando que não está num nível bom para ser lançado, faço uma peneira muito rígida em cima das minhas músicas. Nesse EP eu acho que já tenho mais noção de canto, tenho mais flows, tenho muito mais ideias, porque li muito mais de lá pra cá e vivi muito mais coisas, muito mais emoções, então acho que vai ser isso.
Seu segundo Cd foi o “Rá”, que assim como o “Crônicas da Cidade Cinza” teve grande repercussão entre os fãs de rap, o que você pretende abordar no seu EP?
Esse EP é uma coisa mais pessoal, não digo autobiográfico porque nunca fiz algo assim, sempre foram fragmentos das coisas que vivi, mas nunca falando diretamente assim, é muito mais pessoal esse disco. Estou falando de coisas que nunca consegui falar, coisas que me aconteceram. Meio que um expurgo, um cuspe de tudo isso que estava guardado. Tem músicas que me emocionam, tem músicas mais pra cima, eu, particularmente, estou gostando muito do resultado. Faltam alguns detalhes ainda.
Quanto a produção, também será toda feita por você?
A produção desse EP tem muito mais a minha mão do que no RÁ, no RÁ eu co-produzi alguma coisinha aqui ou outra ali, mas não levei crédito por não achar necessário. Nesse EP, junto comigo, está meu parceiro fiel, o Nave, que é o cara que mais sabe conversar comigo nessa coisa musical, que entende o que quero. A gente tem um gosto muito parecido, além dele ser meu amigo de longa data, eu acho que nós vamos trabalhar juntos para sempre. Acho que só quando ficarmos velhos, muito velhos e um vier a morrer, aí a gente não trabalha mais. (risos)
Eu vou gravar de novo tudo na minha casa, só que dessa vez, tenho mais recurso de equipamento, então, vai ficar melhor. Os outros dois discos também gravei em casa e agora, com o terceiro, vai ser a mesma coisa. Me sinto mais confortável, eu mesmo me gravo, não gosto de gravar com muita gente a minha volta e em estúdio, muitas vezes acontece isso. Gosto de gravar minhas coisas sozinho, então, por isso invisto nessa coisa de gravação em casa, vai ser tudo gravado aqui e mixado, de novo, pelo Luiz Café, que é um cara lá do Rio de Janeiro e que admiro muito o trabalho dele. Ele sabe mixar muito bem minha voz, entende o que quero e é isso. A produção desse EP vai ser feita assim, independente, de novo, tudo do meu bolso, como sempre.
Terá alguma participação?
Participação vai ter em refrão de duas cantoras, só que não posso confirmar o nome delas ainda porque não está fechado isso, mas acho que em dois ou talvez em um refrão vai ter a participação de uma mulher. Fiz pensando nisso, casa muito bem, só estou vendo qual delas vai topar fazer. Talvez arranjos, a gente coloque algum músico pra fazer também, mas participação vocal e de rima só mesmo no refrão, no restante, venho sozinho.
Já tem um nome para o EP?
Para o EP, tenho alguns nomes aqui, mas sou um cara meio difícil de dar títulos para as coisas, então, ainda não está definido. A única coisa que está definido é que ele sai em outubro, a data também ainda não sei, mas é certeza que sai em outubro, até porque, as músicas já estão quase todas prontas, faltam detalhes de mixagem e masterização, essas coisas, mas é isso. Queria agradecer pela oportunidade aqui de falar sobre o meu trabalho, muito obrigado e precisando é só chamar, valeuuu!
Enquanto o EP não sai, assista o clipe “Trindade Parte 1“, dirigido por Allan Carvalho, da Trovens FIlmes.