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Emicida lança o clipe ‘Eminência Parda’, cantor reúne Dona Onete, Jé Santiago e Papillon na primeira faixa disponível do seu novo disco

Na tarde desta quinta-feita, 9, o rapper Emicida lançou o clipe da faixa “Eminência Parda” no seu canal do youtube. O som conta com participações de Dona Onete, Jé Santiago e o cantor português Papillon. A música faz parte do próximo álbum do cantor, que foi anunciado com a hashtag #PermitaQueEuFale e está programado para sair em breve.

A  música já estava disponível nas plataformas desde a meia noite de hoje. O som foi  produzido pelo Nave Beatz e o videoclipe foi dirigido pelo Leandro HBL. O trampo ficou muito fino, destaque ao beat que eu considerei impecável! A sonoridade agrada e, particularmente, senti muita sintonia entre o flow de cada um em cima da batida. Uma combinação bem dosada.

O clipe foi uma sequência de tapas na cara, ilustrando situações de racismo explícito durante a comemoração de uma família negra, em um restaurante de alto padrão. O incomodo deu vida a imaginação dos personagens racistas, trazendo cenas de objetificação da mulher negra, associação da cor a violência e promiscuidade. São cenas fortes.

O projeto audiovisual desmente 100% o discurso ignorante proferido pelo presidente Jair Bolsonaro, o qual categorizou racismo como “uma coisa rara” no Brasil, há apenas dois atrás. Para quem tem dúvida, o videoclipe está aí…

A letra carrega críticas ao abismo da desigualdade social, progressivamente aguçada em função de algumas atitudes do novo governo brasileiro. Nos dias em que tem aumentado o número de “rappers de direita”,  o Emicida mostrou que segue contemporâneo e trouxe sua mensagem na base de trap, uma das preferidas do público mainstream há algum tempo.

O artista trouxe um mar de referências, como ao revolucionário e líder político de Burkina Faso, Thomas Sankara, o qual lutou para eliminar os resquícios da colonização francesa em seu país. Sankara ainda implementou programas para reduzir a mortalidade infantil, e aumentou a quantidade de mulheres que ocupavam cargos governamentais no seu país, na época chamado de República do Ato Volta.

Em ouro tipo asteca, vim da vida seca
Tudo era um saara, saara, saara
Abundância é a meta, tipo meca
Sou Thomas Sankara que encara e repara

Emicida