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Earl Sweatshirt e a introspecção por trás de ‘Nowhere, nobody’

No dia 30 de novembro de 2018, o rapper de Los Angeles, Thebe Neruda Kgositsile A.K.A Earl Sweatshirt disponibilizou seu último trabalho de estúdio intitulado “Some Rap Songs”.

O artista ao longo dos últimos anos tem passado por diferentes mutações dentro da sua estética musical, porém, uma coisa muito interessante é a ambiência que cada um dos trabalhos, seja Earl 2010Doris 2013 ou I don’t like shit // I don’t go outside de 2015 possui; Hoje, apesar da lírica impecável desde seu primeiro single, vemos um Thebe mais profundo, desafiando com unhas e dentes transtornos de humor que variam desde a solidão a ansiedade e vontade de não entrar em contato com o mundo lá, ou no nosso caso, aqui fora como o mesmo afirmou em sua última entrevista para a Pitchfork.

Sabendo disso, a questão segue em frente, hoje, 30 de Janeiro Earl anunciou sua turnê “Fire it up!” onde o mesmo convida amigos de longa data e outros envolvidos no último álbum como BbyMutha, Na-Kel Smith, (Liv).e, Mike e Black Noise abrindo os shows.

Além disso, junto desse anúncio otimista, o mesmo disponibilizou o curta “Nowhere, nobody” dirigido por Naima Ramos-Chapman e Terence Nance, cativando os fãs mais assíduos em uma perspectiva interessante, pois aqui, Thebe lida com a rotina comum, como um treinador de um time de basquete iniciando a trama sensível e complexa.

Essa abertura, nas quadras, serve como um paradoxo para a entrada em seu lar, com um eu feminino, assim como a representação de sua mãe ou um eu lírico feminino já em meia idade lapidando o pequeno Earl, que cresce junto aos devaneios e a infinidade de questionamentos, tudo isso orquestrado de maneira onírica a morte de seu pai, fragmentado por mãos que tentam alcançar um objetivo, talvez o próprio auto conhecimento.

Ao final do curta vemos um túmulo, com um número incalculável de mãos dentro do mesmo, abrindo interpretações para uma possível vontade de um último contato com seu progenitor.

A trilha sonora opta por um recorte dos sons do disco, indo desde Shattered Dreams até playing Possum faixa de discurso de sua mãe Cheryl Harris e seu finado pai, Keorapetse Kgositsile, retratando as barreiras do povo negro ao longo da história e a contribuição cultural de seu filho como um dos grandes poetas da nova geração.

Earl está aqui fora e recentemente anunciou sua independência musical se desligando da Columbia Records, definida pelo mesmo como uma gravadora que não daria asas a suas experiências artísticas em próximos trabalhos.