Aguardada há dias, quinta-feira foi disponibilizada no YouTube, sexta-feira no Spotify, “Lado A, Lado B” é uma obra prima em sua integridade, o que surpreende 0 pessoas. O conjunto tinha tudo pra dar certo, assim que niLL despontou na cena as associações à V.Xamã surgiram, acompanhadas é claro de pedidos de feat. Após a primeira joia lapidada em conjunto pelos homens de vozes marcantes, o público queria vê-los juntos de novo e de novo.
A colaboração no já clássico disco “Regina” é de agosto de 2017. Em março de 2019, com uma pegada completamente diferente da calmaria daquela, talvez fruto de ambos terem lançados (ótimos) álbuns nesse intervalo. O lado A é um banger impactante guiado por uma gama de instrumentos, mas maioritariamente por uma guitarra. Enquanto te entusiasmam a ignorar a voz que dispara, com as já tradicionais letras cheias de identificação e exposição de visão de mundo de ambos. Como a experiência que a obra de ambos é, o Lado B é sonoramente destoante, enquanto ainda complementar, tipo uma paleta de cores, entende?
Durante a segunda parte, mais apropriada pra refletir num final de tarde dum final de semana, dão luz a uma relação de muito afeto em que simplesmente buscam o melhor para o ‘nós’ da relação. A batida calma e swingada remete ao que de melhor o shoegaze e dreampop poderiam oferecer: a sensação de alívio e descanso através da sonoridade.
Não só de MC’s se faz uma obra prima, muito pelo contrário. Sabendo disso, reuniram Davi Rezaque para a direção musical do projeto, Ramiro Mart em nome do Studio Setor para a mix e master, batidas de autoria d’O Adotado e a arte de capa, dos lados A e B, são assinaturas de Tiraz. É um baita dum conjunto, digno do renome dos que o compõem.