“Yes, we are magic. Yes, we are real”, foram frases publicadas pelo rapper ganês Blitz the Ambassador em suas redes sociais, no dia 9 de julho e que simbolizam perfeitamente o seu novo álbum: “Diasporadical“. Cada track imprime a real magia do povo africano em sua sonoridade, ancestralidade, cultura, religião e amor.
Conhecido por sua música visionária e o modo impar com que anuncia os seus trabalhos, Blitz une a reflexão por meio de recursos sonoros e visuais e constrói uma narrativa de suas experiências. Este trabalho traz nitidamente essas características.
O álbum contém 13 faixas e conta com grandes participações, como: Kamau, Akua Naru, Tumi, M.anifest e Patrice. Além das influências do estilo high life — próprio de Gana — Blitz explica que está sempre experimentando e que o novo álbum contém diversos elementos musicais da África. Com apoio de produtores como Optiks e IAMNOBODI, para criar uma aliança entre instrumentos e batidas duras.
“Para mim, é sempre sobre fusão. Sobre ver o quão bem eu posso combinar diferentes sons da Diáspora, sejam eles afro-brasileiros, afro-colombianos, afro-latinos, soul, jazz, funk. Para mim é como se fossem todos partes de um todo, então meu trabalho é apenas encontrar a melhor maneira de misturá-los todos e é assim que faço“, conta o rapper para o RND.
A dispersão do povo africano e as ramificações culturais, sociais, religiosas, sonoras entre outras, levaram Blitz the Ambassador a uma viagem entre Acra, Bahia e Nova Iorque.
Entre as vivências que obteve nestes três polos, criou uma relação entre os temas e dirigiu uma trilogia de curtas metragens que narram a história de uma mulher que misteriosamente acorda em três países diferentes: Estados Unidos, Gana e Brasil. A cada ato compartilha as suas memórias:
A sua infância no Brooklyn
A fase de jovem adulta em Accra
E a meia-idade em Salvador
Uma marca registrada de sua carreira é de sempre trazer temas políticos, o “Diasporadical” apresenta um discurso tão completo que de dispõe a ser um material de estudo entre os recortes a experiência africana global e luta.
Em contato com Blitz, ele reitera que a track que mais pode exemplificar esses temas é “A(wake)“. Escrita em resposta à brutalidade policial nos Estados Unidos, relatada no movimento Black Lives Matter. Que também teve como inspiração o movimento da África do Sul Fees Must Fall e os protestos que ocorreram no Brasil durante as Olimpíadas.
Temas que são referentes ao passados do rapper como a imigração, espiritualidade, nostalgia e claro, o amor estão presentes. É uma experiência de vida, vale a pena conferir e você pode ouvir o álbum agora: