“Uns desistem, outros ficam, alguns desistem e ficam”
Acho que eu não poderia começar esse texto sem essa frase de 15 anos atrás. No disco “Babylon by Gus – Vol. I – O Ano do Macaco“, lançado em 2004, talvez o próprio Gustavo não soubesse que esse verso da música “From Hell do Céu” iria descrever tanto o seu mais novo trabalho lançado no último dia 12, intitulado “Abaixo de Zero: Hello Hell”.
Após diversos problemas pessoais, que acredito não caber a mim expor aqui, já que todos nós temos os nossos, certo? Black voltou com tudo, mostrando que pro veterano do rap, desistir nunca foi uma opção!
Black Alien transformou as dores e a persistência em rimas, se uniu ao produtor Papatinho, para mostrar o porquê é um dos principais nomes do cenário do Rap Nacional.
O trabalho novo que começa com a faixa “Área 51” , citando as plantas que dão tédio e são o remédio para o artista que chega “deitando“, literalmente, no beat, e amassando tudo, abrindo o disco com chave de ouro. Ao ouvir a minha reação foi “Caralho, Black!“
A parceria com o Papatinho foi mais do que certeira. O resultado disso tudo é um disco sobre um novo começo, sem tantas pretensões ou muita filosofia.
“Apenas escrevi. As ideias foram surgindo e se conectando naturalmente. O conceito não precisou ser pensado, ele já estava ali. Sonoridade de jazz, estilo musical que mais gosto, e todas as letras com uma forte conexão entre elas. Meus infernos, redenções, próximos infernos. O disco foi escrito enquanto foi gravado. Entreguei o último verso no último dia de gravação” conta o rapper.
conta Black Alien
As misturas sonoras do álbum, em suas nove faixas, são simplesmente maravilhosas. A sonoridade acompanhada de boas rimas mostram como a nova e a velha escola se encaixam perfeitamente. E o Black concorda com isso, ao falar do trampo do produtor, ele diz:
“Trabalhar com Papatinho é muito bom. Ele é inteligente e gosta muito de música e do que faz. É humilde e ao mesmo tempo impõe tranquilamente sua visão. Se diverte e se interessa por todos os campos do projeto. Gosta inclusive de comentar as letras comigo, o que é raro, prazeroso e gratificante pra mim“. Finaliza o rapper.
É um trabalho que da gosto de ouvir, e como ele mesmo diz:
Música boa é pra sempre E esses otários jamais serão
Obrigado por esse trampo incrível, o rap nacional agradece!