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Amiri fala sobre seu hiato no rap: “Em depressão, considerei o suicídio várias vezes”

Amiri entra no top 5 rimadores brasileiros fácil, dono de uma métrica e um vocabulário potente, o rapper paulista já lançou duas mxitapes e dois EP’s, e prepara agora o lançamento de duas novas músicas que tem tudo pra balançar mais um pouco a cena do rap brasileiro.

Amiri entra no top 5 rimadores brasileiros fácil, dono de uma métrica e um vocabulário potente, o rapper paulista já lançou duas mxitapes (“Êta, Porra!” e “Antes Depois“) e dois EP’s (“Trinca” e “Capítulo 4 – A Caminho da Origem“), e prepara agora o lançamento de duas novas músicas que tem tudo pra balançar mais um pouco a cena do rap brasileiro.

Talvez isso você já sabe, mas, e sobre a depressão? É a doença do século, o número de pessoas no mundo sofrendo de depressão ou de ansiedade subiu quase 50% entre 1990 e 2013 — inclusive, Marcello Gugu descreveu bem essa enfermidade em seu novo single “New Orlerans“.

Em uma espécie de carta divulgada aos fãs através do Facebook, Amiri revelou que vinha passando desde 2013 por problemas com ansiedade que resultaram num quadro de depressão. “Em 2013, algumas tragédias pessoais transformaram minha ansiedade na doença do século. Em depressão, considerei o suicídio várias vezes. Parecia que meu plano de esperar a vida acabar, estando doente daquele jeito, seria uma eternidade umbralina“, conta.

O rapper dono de um flow único informou que estava prestes a largar o rap em 2014, após o lançamento da mix “Antes, Depois”. “Sugeri uma reunião com a equipe que éramos, entristeci amigos, baguncei sonhos… Triste. Mas estava decidido. Lucas, Marcílio, Léo, tenho amor por vocês! Um dia tudo faria sentido“, escreveu, na sequência disse que já estava com uma carta de despedida do rap que sairia depois da mix. “‘Eu Saí’ seria meu último registro. Eu iria embora do Brasil, ia me dedicar ao meu inglês arriscando uma outra vida, tentando fugir de mim mesmo. Cansado de existir.

Amiri conta que sua mãe sempre esteve presente naquele momento extremamente difícil e fala sobre uma conversa que teve com um grande amigo, que a gente conhece bem.  “Nessa conversa, o Parteum me disse: ‘Amiri, não importa se você vai fazer um disco inteiro falando de Deus, só não pare de fazer.’ Era aquilo. Senti que eu precisava existir, de algum jeito digno, reconsiderar a oportunidade de estar respirando, também fazer jus a tal oportunidade.

A extensão do Espírito iluminou meu entendimento, onde vim a perceber que não desistir de mim mesmo era O CAMINHO rumo a mim mesmo. Sabe qual que é a fita? Amadurecer minha sensibilidade. É minha responsabilidade kármica” completou Amiri, que na sequência passa uma visão motivadora pra quem lê. “Não desista de você. Eu sinto o mesmo amor. Ainda estou aqui. Perdão é Deus em nós. Oxalá que eu toque vidas, honrando cada, toda consciência e coração que acessar o que expresso. Gratidão a quem não desistiu de mim, me mostrando como olhar o próximo e dizer: Não desista de você. Quando a existência cansar, não desista de você.

Agora o Amiri está voltando a cena de lançamentos após soltar o EP “Capítulo 4 – A Caminho da Origem” no início 2015, que é um trabalho de cura, que tem o poder de fazer qualquer pessoa que ouvi-lo na íntegra sentir-se melhor, de verdade, baixe.

[su_spoiler title=”CARTA DE AMIRI NA ÍNTEGRA” open=”yes” style=”simple” icon=”plus-circle”]

Vou compartilhar uma história por aqui.

Em 2013, algumas tragédias pessoais transformaram minha ansiedade na doença do século. Em depressão, considerei o suicídio várias vezes. Parecia que meu plano de esperar a vida acabar, estando doente daquele jeito, seria uma eternidade umbralina.

Escrevi “Um Mic”, escrevi “Menino Kirikou”, “Cura”, minha própria bula de antidepressivo, deitava e dormia torcendo pra não acordar. Minha mente estava conseguindo asfixiar o coração.

Em janeiro de 2014 eu já tinha decidido abandonar a música. Sugeri uma reunião com a equipe que éramos, entristeci amigos, baguncei sonhos… Triste. Mas estava decidido. Lucas, Marcílio, Léo, tenho amor por vocês! Um dia tudo faria sentido.

Escrevi uma carta de despedida do Rap e postaria assim que lançássemos a mixtape “Antes, Depois”. “Eu Saí” seria meu último registro. Eu iria embora do Brasil, ia me dedicar ao meu inglês arriscando uma outra vida, tentando fugir de mim mesmo. Cansado de existir.

Minha mãe estava ali, comigo, em todos os sentidos e óticas, meu porto…

Recebi uma ligação de uma pessoa a qual prezo muito, sugeriu de nos trombarmos, conversar sobre o que ele sentiu estar acontecendo. Nessa conversa, o Parteum me disse: “Amiri, não importa se você vai fazer um disco inteiro falando de Deus, só não pare de fazer.” Era aquilo. Senti que eu precisava existir, de algum jeito digno, reconsiderar a oportunidade de estar respirando, também fazer jus a tal oportunidade.

A extensão do Espírito iluminou meu entendimento, onde vim a perceber que não desistir de mim mesmo era O CAMINHO rumo a mim mesmo.

Sabe qual que é a fita? Amadurecer minha sensibilidade. É minha responsabilidade kármica.

Não desista de você. Eu sinto o mesmo amor. Ainda estou aqui. Perdão é Deus em nós. Oxalá que eu toque vidas, honrando cada, toda consciência e coração que acessar o que expresso.

Gratidão a quem não desistiu de mim, me mostrando como olhar o próximo e dizer: Não desista de você. Quando a existência cansar, não desista de você.

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