Partindo de um projeto colaborativo entre Sara Donato e Jupi77er, o duo Rap Plus Size nasceu com o intuito de denunciar o machismo e gordofobia através das rimas. E foi exatamente o que fizeram ao estrearem com seu disco homônimo, através de 13 faixas e diversas participações especiais. Agora, com o segundo disco no forno e previsto para o segundo semestre de 2019, a dupla passa por algumas mudanças no discurso após a transição de Jupi77er, que autodeclarou-se publicamente como pessoa trans não-binária. Pensando nisso o grupo adotou uma nova logo, criada pelo próprio Jupi77er, onde inclui o símbolo do transfeminismo.
O símbolo (…) do feminismo, como tava no logo, não tava mais me contemplando, nem as ideias que o Rap Plus Size tá trazendo correspondem apenas ao feminismo. É necessário olhar com interseccionalidade e agregar o símbolo do transfeminismo no logo (…). Além de que atualiza nossa evolução nas ideia e ainda me contempla muito por ser trans e não binário.
– Jupi77er
O significado por trás disso é gigantesco! O RPS é um nome forte e influente no underground brasileiro, respeitado tanto pelo movimento feminista quanto pela comunidade LGBT+. Temos artistas trans crescendo no rap, hoje mais do que nunca, e ter alguém relativamente grande representando público e artistas trans e não binários é uma das melhores coisas que poderiam acontecer. Digo isso pois, até então, ao ouvir RPS, percebe-se que o público feminista é basicamente o alvo da dupla, agora, porém, o nicho tende a aumentar, alavancando assim a procura por mais artistas trans e NB, além das minas, claro. Nomes como Monna Brutal, as manas do Trava Bizness e Sé serão, a partir de agora, mais comumente relacionadas ao grupo. Rap Plus Size celebra a diversidade em sua mera existência e nunca fez menos que isso.