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Review Nacional: “Ao Que Tudo Indica Agora Vai” por Lester

LesterReview

Fala leitores! LAHuss na intro de mais uma review nacional, e não tô sozinho nessa! Meu mano Vinar colou comigo pra discutir sobre um trabalho bem ousado que saiu nos últimos dias: o álbum Ao Que Tudo Indica Agora Vai, do paulista Lester. Sem mais delongas, ai tá a resenha do dream team das reviews hahahahahahah!

Vinar: AQTIAV foi um dos projetos mais surpreendentes que já escutei esse ano. O EP começou com o Lester que eu já conhecia, o das punches ácidas, o “maldito pederasta”, mas a partir da faixa “Quarta Marcha”, uma das minha favoritas, um lado mais introspectivo veio a tona e cá entre nós até me relacionei com algumas linhas.

Dividindo branco de preto
Mas somos códigos de barra
Da haduguen Ryu, porque já não sei ”Ken é Ken”
Garoupa na nota de cem
Peixe morto no Rio Tietê (“Haka”)

Guardadas as proporções, esse EP me lembrou muito o estilo do Eminem da antiga, principalmente pela temática, pelos punches engraçados, e pelo lado introspectivo que é bem relacionável. Tecnicamente falando agora, a produção, que ficou toda nas mãos do beatmaker Estranho, é OK em sua maior parte com algumas cuts se sobressaindo sobre outras como o beat na própria “Quarta Marcha”, “Covarde” e “Tec Toy”.
O flow e a delivery (Dicção meio enrolada algumas vezes), pelo menos, pra mim deixaram um pouco a desejar e os refrões que são beeeem fracos. Na outra mão, os pontos fortes do EP são os punches irados e hilários e pelas idéias das faixas, e como eu disse… as surpresas, que pra mim, ficaram no final com “Carta A Mim Mesmo” e a “Bonde Anti-Caô” .

LAHuss: Esse projeto é bem caótico: você se diverte até umas horas rindo e pescando todas as punchlines (E SÃO MUITAS), mas chega um momento que tudo começa a zoar uma grande reunião dos memes mais comentados na internet nos últimos 5 anos. Há outros pontos a se destacar sobre o MC, tanto positivamente (as melhores linhas do álbum, pra mim, são as que o Lester consegue fazer uma crítica ácida com uma punch pesada, exemplificarei mais pra frente) como negativamente (o excesso de metáforas gera falta de coesão, além das tentativas de flows e refrões frustradas). Tá aí uma sequência de boas linhas, as quais eu curti bastante, provenientes da track “Zod”:

É falar que o Luciano ajuda pobre por amor
Quando passa a barca, se pá, cê boia
Policia é igual minha mente, só “Para-Nóia”
Se curte roubar brisa se prepara pra tormenta
Então aguenta, empina, vai, se movimenta

No quesito produção, achei que os beats acrescentaram ao tom weirdo do álbum, mas não vi muita ousadia nas produções. Gostei da curta duração do trabalho, pois combinou bem com a ideia de frases curtas, de efeito e meio desconexas (a progressão das tracks também soou assim, não sei se propositalmente hahaha). Não fiquei viciado em nenhuma track, mas as que mais curti foram a “Quantos”, a “Carta A Mim” (que apresenta o melhor instrumental e um conceito diferenciado das outras faixas) e a Bonde Anti-Caô (sempre bom ver os rappers rimando em um funk, além da referência monstra à Chatuba de Mesquita logo no início). Não achei o disco isso tudo não, mas com certeza o Lester mandará um FODA-SE ao ler isso hahahahaha então tá de boa.

Nota3,5