No último, Sábado, 15, Djonga se apresentou no João Rock, festival que atraiu mais 65 mil pessoas ao interior de São Paulo, Ribeirão Preto. Djonga não era uma das atrações principais, não tocou no palco principal, nem em um horário nobre no festival, mas mesmo assim roubou a cena!
Djonga se apresentou no palco “Fortalecendo a Cena”, palco paralelo do festival, que também teve as apresentações de Rincon Sapiência, BK e Filipe Ret. O rapper entrou no palco às 16h20 e fez um dos shows mais intensos e interativos do festival, mesmo embaixo de um sol escaldante, levou a galera a loucura.
Uma Pequena Reflexão
Eu já frequentei alguns shows do Ladrão que queria ser Deus no interior de São Paulo, em Campinas. Em casas com lotação máxima para 1.000 pessoas e anunciado como atração principal, os shows sempre foram muito fortes e intensos. Quando o Djonga foi anunciado como atração do João Rock, eu me questionei se o show ocorreria da mesma forma em um festival de maioria branca e que o rap é segundo plano. No entanto, o alcance e interação foram inacreditáveis.
Da lateral do palco, vi palmas sincronizadas e um coral absoluto cantando “Junho de 94”, numa interação que até me lembrou os shows do Queen com Freddie Mercury. No meio da galera, vi muitos homens aos prantos ao som de “Bença”, como se sentissem livres para chorar e descarregar o peso da caminhada. Entendem a importância disso? Homens se expressando sem colocar a masculinidade a prova, isso é futuro. Logo após, no ápice do show, vi brancos e negros, homens e mulheres batendo cabeça e gritando a uma só voz “Fogo nos Racistas” ao som de “Olho de Tigre”. Djonga se misturou com a galera e fez com que a intensidade aumentasse ainda mais.
É como se Djonga estivesse presente em cada um dos presentes e fizesse com que colocassem para fora o que há de mais forte guardado, isso não te lembra Deus?
Durante o show, Djonga disse:
Geralmente a palavra “Ladrão” para gente da minha cor tem outro significado, estou trazendo outro significado para as palavras “Preto e Ladrão”.
De fato, o rapper trouxe novos significados para estereótipos da cena, levou os shows de rap a um outro patamar de interação e tudo isso com apenas 3 anos de carreira solo. Eu me questiono e questiono vocês, até onde o Ladrão que queria ser Deus pode chegar? O que mais trará de novo para cena? E se você é fã de rap e nunca foi a um show do Djonga, corre, garanto que é uma experiência inesquecível!