No oitavo andar da Câmara Municipal de São Paulo, na última terça feira (21), rolou mais uma edição do Prêmio Sabotage, que prestigia há três anos os manos e manas que estão fazendo a cena da cultura hip hop em todos os cantos de SP.
O prêmio, criado pela vereadora Juliana Cardoso é dividido em quatro categorias, Melhor DJ, Melhor Mestre de Cerimônia, Melhor B.Boy/B.Girl e Melhor Grafiteiro(a). Este ano, a comissão julgadora, que selecionou os melhores entre 90 os artistas inscritos, teve a participação de Gejo, Cris Dias, Dj Kurtis, Beto Diadema e Negotinho Rima, e os dois filhos do Sabotage, Tamires e Wanderson, todos representantes da periferia colorindo o Salão Nobre da Câmara.
O hino nacional tocou e oficializou o início da cerimônia da forma que a rua gosta, com gritos e vaias aos políticos da cena: “Fora Temer! Fora Dória!”. O cerimonialista Dj Pirata logo tomou a palavra e apresentou todos da mesa. Durante os discursos dos representantes, a fala de alguns se destacou. Entre eles, MC Negotinho, que soltou a ideia: “Se o Sabotage estivesse vivo, esse prêmio não existiria, então temos que prestigiar os que tão aqui, prestigiar o hip hop em vida”. Os aplausos e gritos fizeram vibrar os lustres do teto.
Já a filha do mestre Sabotage, Tamires, emocionou muitos ao contar sobre as lembranças de seu pai, morto de 2003 com 4 tiros: “Me lembro muito do meu pai em casa, lutando pelo rap”, mas logo afastou o microfone, com os olhos boiando em água. “Quero que todos que estão aqui não desistam. Se o Sabotage chegou onde chegou, se a Dina Di chegou onde chegou, é porque eles persistiram, sejam quem vocês é e nunca desistam!”, disse ela depois da fala de outros da comissão.
A grande vencedora na categoria de Melhor Grafiteiro(a), Riska, também escreveu questionamentos no ar, ao desabafar que não sabia ficava feliz ou triste com a vitória: “É uma contradição ganhar esse prêmio num momento que o prefeito da cidade está apagando nossos desenhos das paredes (…) Não sabemos hoje se pintamos ou se vamos presos. Eu agradeço muito, mas é uma contradição”.
Assim que a cerimônia acabou, foi o momento de matar a larica. Os convidados, ganhadores, participantes e representantes se juntaram no restaurante ao som dos Djs do rolê. A dança foi livre, inclusive para os filhos que acompanharam os pais e não conseguiram ficar parados ao som dos stretchs da mesa de som, contagiando todos em volta. Ao final do evento, o mic foi liberado para quem quisesse mandar um freestyle rápido, já que estava se aproximando das 22h e os equipamentos seriam desligados.
Confira a seguir os indicados aos prêmio, sendo o primeiro nome, os que ficaram em primeiro lugar:
Melhor DJ
– DJ Erry-G
– Dj Simmone Lasdenas
– Dj Zipper
Melhor Mestre de Cerimônia
– DMN
– Luana Hansen
– Odisseia das Flores
Melhor Grafiteiro(a)
– Riska
– Toddy
– Mister Peu
Melhor B.Boy/ B.Girl
– Ivo Alcântara
– Igor
– Darlita