Em tempos onde a opressão policial anda cada vez mais latente contra o movimento Hip Hop e agressões gratuitas são rotineiras. Um policial quebra esse paradigma de que “Policia x Rap” não podem andar juntos, ao cantar um trecho de BK na música “Favela Vive 2“.
O rap ainda é a voz dos excluídos, ainda é o dedo na ferida do sistema e nas coisas erradas que permeiam nossa sociedade. A polícia brasileira em um modo geral é cheia de coisas falhas, porém a policia é apenas um reflexo da nossa sociedade num contexto geral. Essa é uma instituição que não aceita criticas e é por isso que Policia e o Rap nunca se deram bem.
O policial é Thomás Vieira, de 28 anos, que em setembro de 2016 mandou um free com o funkeiro Nego do Borel em um posto de combustível. Dessa vez o policial mandou versos pesados que Bk destoou na sua parte no cypher “Favela Vive 2”:
https://www.youtube.com/watch?v=gLywAvL_QAw
“Às vezes cego, e não quero ser guiado pelo cão / Não preciso de um pastor alemão / Eu lucro fazendo dinheiro, mas ganho fazendo meus irmão pensar / Somos iguais, não vamos nos matar / O crime te chama, rapaz, não se entregue de vez, negue de vez / Não seja burro igual meu pai, não viu a coisa mais inteligente que fez / E o Estado, estado crítico, tem me detestado e é reciproco”
Thomás mora na cidade de Viçosa-MG e trabalha na 111ª batalhão da Polícia Militar, é professor de geografia e dá aulas em escolas da rede pública de ensino da cidade. Além disso tem um projeto social chamado “Rima Rica” e “Roda Cultural de Rap“.
O projeto Rima Rica, já atendeu mais de 800 crianças e adolescentes de escolas públicas da região de viçosa, a oficina não é apenas para cultura hip hop, o projeto aborda sobre a cultura negra, entre outros assuntos.
Já a Roda Cultural de Rap, acontece de 15 em 15 dias e é uma batalha de MCs, b-boys, é um espaço em geral para as pessoas mostrarem sua arte, suas rimas.
Ouça a música do policial Thomás Vieira, conhecido como Soldado: