O Fino da Zica começou em 2012, como um podcast dentro da Rádio Jacaré, plataforma online da Preto Velho Produções com vários programas diferentes, um com cada tema. O Fino da Zica era o programa de rap da parada.
Naquela época foram entrevistados, Rodrigo Ogi, Jamés Ventura, Sombra, Z’Africa Brasil, Amiri, Slim Rimografia, além de fazer programas temáticos, como o especial sobre “Rap do Rio”, ou o especial com raps que falavam de drogas.
Por questões particulares, O Fino da Zica versão podcast chegou ao fim.
No meio de 2015, o programa voltou, mas dessa vez no audiovisual. O lugar escolhido pra hospedar esse projeto audiovisual foi o Youtube, lugar mais do que natural para isso.
—Pra nossa jornada audiovisual resolvemos criar o seguinte formato: um entrevistado por mês e o conteúdo é disponibilizado no Youtube toda semana, com os três quadros do programa: Melhor de Três, Dixavando e Dissertação. Na última semana do mês, é mandado para o ar a entrevista completa com o rapper da vez.
Conhecendo um pouco mais de cada quadro:
Melhor de 3: O rapper aponta suas três letras, flows e batidas preferidas do rap universal em geral.
https://www.youtube.com/watch?v=KG6kwfM4Nmg
Dixavando: É pedido para o entrevistado dissecar aquela letra muito louca que neguinho acha que tá ligado, mas não entende é nada.
https://www.youtube.com/watch?v=yJ-Rh9uzboI
Dissertação: Aqui é que mora O mais Fino da Zica. Conteúdo exclusivão produzido pelos MCs para O Fino do Zica. Para cada rapper, é pedido um texto sobre um assunto diferente e o rapper declama o texto para as lentes do Fino.
Os entrevistados
O primeiro programa foi do Mano Money’s, em março de 2016. Novembro é o mês da extraordinária Lay e o ano fecha com Rincon Sapiência — essa informação sobre o Ricon ser o artista de dezembro é notícia exclusiva do RND, okay okay!!!
- Mano Money’s – Expoente da nova geração e nome recorrente nos saraus da periferia.
- Marcello Gugu – Zica dos improvisos, fundador da batalha do Santa Cruz e educador da Fundação Casa.
- Lews Barbosa – Fundador do Potencial 3 e precursor do Slam em São Paulo.
- Ingles – Direto do Vale da Paraíba, é da linha de frente da cena da região, junto com Nego Max e Síntese, com quem já lançou um CD.
- Ogi – Seus dois CDs entraram rapidamente para o hall dos clássicos do século XXI do rap brasileiro. Crônicas com flow são sua especialidade.
- Sombra – Fundou o SNJ, já gravou com todas as lendas do rap brasileiro — ele mesmo é uma delas — e atualmente participa do Senzala Hi-Tech.
- Edgar – Diferente de tudo que existe no rap, o menino já tem dois CDs lançados e dificilmente não impressiona quem escuta seu rap futurista-ancestral.
- Lay – Dando um cruzado no queixo dos machistas com raiva e elegância, a mina tem muito a dizer e faz isso em cima de algumas das melhores batidas de 2016.
— Ser impecável no audiovisual é um trampo do caralho: é locação, é luz, é câmera, é foco, é cenário. Um monte de treta que não tinha na época de podcast – até porque no podcast era João e o Filipe (vulgo Duent). Quem editava tudo e subia no site era o Diego, dono da Preto Velho Produções. Aliás, que por sinal, foi aonde tudo começou.
A ideia do O Fino da Zica é tentar descobrir quem é o ser humano que fez o rapper, saca? O objetivo é perguntar menos sobre “futuros projetos” e mais sobre a opinião da pessoa sobre vida fora da Terra, sua relação com Deus, seus filmes e livros favoritos, o que ela queria ser quando crescer.
Sobre o festival, a ideia é aumentar a presença off-line no lugar que, como diz na descrição do evento no Facebook, até o fim dos anos 90 atendia pelo nome de rua. Os 4 shows do Festival são de pessoas que passaram pelo programa ao longo de 2016.
O line-up é Lews, Edgar, Lay e Mano Money’s, algo que não se vê todo dia por aí e além de tudo, de graça. Lembrando que a entrada está condicionada à doação de uma peça de roupa em bom estado para pessoas em situação de rua.
Evento de graça mixtape mano, alá Raffa Moreira!