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Indígenas fazem rap na língua guarani e levam a realidade do seu povo pro mundo

O rap do grupo indígena Brô Mc’s ganhou notoriedades nesta semana depois do membro Bruno Veron, de 23 anos, participar do revesamento da tocha Olímpica no último domingo (26) em Dourados, Mato Grosso do Sul.

O rap do grupo indígena Brô Mc’s ganhou notoriedades nesta semana depois do membro Bruno Veron, de 23 anos, participar do revesamento da tocha Olímpica no último domingo (26) em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Bruno, um dos fundadores do Brô Mc’s, no revesamento da tocha Olímpica.

O grupo é formado por índios da etnia Guarani Kaiowá, seus integrantes são: Clemerson Batista, Kelvin Peixoto, Charlie Peixoto e Bruno Veron. As letras do Brô Mc’s falam, especialmente, da luta das tribos pela demarcação de terra e pela preservação da cultura. Além disso, outro diferencial do grupo é a língua em que fazem seu rap: a guarani, uma língua indígena do sul da América do Sul, falada principalmente em regiões da Bolívia, se tornando uma das únicas línguas indígenas falada por um número significativo de não indígenas. “Cantamos em guarani para valorizar a nossa língua materna e a nossa cultura. Inserimos algumas coisas em português para a informação chegar aos brancos também“, conta Bruno.

O som do grupo foge ao rap de costume. Eles embalam os versos com uma mistura de bases clássicas e instrumentos de origem indígena, como o chocalho e a taquara. Os integrantes da banda se conheceram ainda na escola, onde Bruno começou a cantar raps em apresentações culturais, atraindo os amigos para a música. A formação oficial do grupo aconteceu em 2009, depois que eles participaram de oficinas de rap, breaking e rima oferecidas por Higor Lobo, hoje produtor da Brô MC’s.

O grupo lançou um álbum demo com oito músicas. E quando menos esperavam, o sucesso aconteceu e a música deles ganhou o Brasil: a banda começou a receber convites para cantar em eventos e festivais indígenas e não-indígenas por todo o país.

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“A nossa música é aceita em vários lugares do Brasil. Aqui no Mato Grosso do Sul, o rap não é muito valorizado. O pessoal curte mais o sertanejo. Mas quando lançamos a demo, não pensamos que alcançaríamos tanta gente”, comenta Bruno.

Brô Mcs em ação

Brô Mcs em ação

Os quatro homens do grupo cantavam e compunham muito bem, mas ainda eram inibidos no palco. A unidade masculina precisou ser quebrada para dar um empurrãozinho e fazer a Brô MC’s deslanchar. A cantora Dani Muniz, de 34 anos, que também conduziu a chama Olímpica em Dourados, já integrava a equipe de produção do grupo quando virou backing vocal da banda e também a única integrante sem origens indígenas.

Muitas pessoas criticam o fato de índios cantarem rap. Mas eles não perderam a identidade, eles se apoderaram de um instrumento. Quando você se identifica com uma cultura, ela passa a pertencer a você. A banda é muito conhecida fora do estado e, sobretudo, pelos povos indígenas da América Latina. Eles se sentem representados pela Brô e isso é uma quebra de barreira muito grande. Eles conseguem transitar em todas as etnias, todas os reconhecem como porta-voz do povo indígena como um todo”, afirma Dani.

O Hip Hop é foda e o Brasil também!

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