O diretor afirmou que não irá participar da premiação do Oscar 2016 devido à ausência de negros nas indicações para a categoria de atuação e ressaltou que o foco de luta deve estar nos “escritórios executivos dos estúdios de Hollywood, nas TVs e nas redes de televisão a cabo” já que são eles que têm o poder de realizar projetos.
Em sua postagem, Spike postou a foto de Martin Luther King – que faria aniversário no dia 15 de janeiro, data em que é feriado nos EUA – e citou uma de suas falas: “Chega um momento em que uma pessoa precisa tomar uma posição que não é nem segura, nem política e nem popular, mas aquele que toma-la precisa fazê-lo porque sua consciência lhe diz que é o correto”.
Ele ainda disse que não quer desrespeitar amigos como o apresentador Chris Rock, o produtor Reggie Hudlin, a presidente Isaacs e a Academia, mas que não pode apoiar isso. “Como é possível pelo segundo ano consecutivo todos os 20 candidatos na categoria de ator serem brancos? E não vamos nem entrar em outros ramos. Quarenta atores brancos em dois anos e nenhuma personalidade. Não podemos atuar?!”, se indignou o diretor.
[Leia na íntegra (em inglês) a nota de
protesto do Spike Lee no instagram]
Spike Lee foi indicado ao Oscar duas vezes e é conhecido por seu engajamento no cinema. Em 1989 ganhou a estatueta por Melhor Roteiro Original de Faça a Coisa Certa e em 1997 o prêmio de Melhor Documentário por Quatro Meninas – Um História Real.
Não foi apenas Spike Lee que demonstrou indignação sobre a falta de diversidade na premiação. Will Packer, produtor executivo de o Straight Outta Compton: A História do N.W.A., chamou a falta de negros no Oscar de vergonhosa, enquanto Jada Pinkett Smith (a esposa de Will Smith) tuitou decepcionada sobre o assunto e questionou se os negros e negras deveriam se recusar a participar do evento, como forma de protesto.
Vale lembrar que, apesar da indicação do filme Straing Outta Compton: A História do N.W.A. ao Oscar na categoria Melhor Roteiro Original. Quem leva o caneco pra casa são seus roteiristas: Jonathan Herman e Andrea Berloff, ambos white na pele.
Com informações de: Ana Júlia Gennaria | Brasilpost, Geledes
Sobre Spike Lee
Ícone do cinema afro-americano, Spike sempre abordou a temática racial abrindo as portas em Hollywood para uma conscientização sobre os problemas sociais do país. Além de diretor, produtor e roteirista, ele seguidamente atua em seus próprios filmes. Também é um reconhecido documentarista e ensina cinema na Universidade de Nova Iorque. É considerado pela mídia especializada como um diretor polêmico.