Se a Forbes é conhecida por divulgar lista dos afortunados em cada nicho, o Billboard é um pouco mais ambiciosa. A revista norte-americana especializada na industria musical é famosa por seu termômetro de popularidade na música e suas listas de ‘melhores de sempre’.
No último final de semana, a revista semanal divulgou suas lista de “melhores rappers de todos os tempos“, que convenhamos, não significa muita coisa. A maior importância da lista é pela relevância que a Billboard tem no cenário musical, mas a polêmica é somente uma: Cadê o Tupac?!
Como leram no título (spolier, desculpe) Tupac não está na lista e nem mesmo foi mencionado nas justificativas de rappers que ficaram de fora pela Billboard. Essa que justifica a lista como os “melhores rappers” e não os “melhores artistas do rap”, deixando de fora assim Kanye West e Dr. Dre por exemplo, que são artistas completos do Rap e certamente entrariam na lista de melhores artistas do Rap, essa que também englobaria outras habilidades, como produção musical no caso dos dois artistas citados.
Confira a lista na íntegra, lembrando que a tradução das justificativas foi feita pelo pessoal do Rap24Horas, você pode conferir diretamente na fonte, em inglês, no site da Billboard.
Lil Wayne
O sucesso comercial do Lil Wayne fala por si — pergunte ao Elvis, a quem Weezy superou há 3 anos atrás como o maior artista de hits no Hot 100 da Billboard. Mas deixando isso de lado, sua vertiginosa série de mixtapes, álbuns e colaborações de 2004 até 2009 é sem dúvidas o exemplo mais prolífico de qualidade meticulosa que o hip-hop já viu. Nenhum MC rimou tão bem, em um período de tempo tão longo.
Kendrick Lamar
Diferente de muitas lendas dos anos 80, os maiores rappers dos anos 90 — do Jay Z ao Andre 3000 — — se manteram em relevância na próxima década e uma depois. Uma das razões para isso acontecer é que as técnicas eram sempre as mesmas, até Kendrick Lamar vir. Desde seus ritmos em triplos e quartos tempos, suas camadas em ad-libs, e suas vozes de múltipla personalidade, o rapper de Compton é sem dúvidas o maior artesão do rap a emergir sobre esse milênio, seu conteúdo lírico nunca sofreu. Seus últimos 3 álbuns — Section.80, Good Kid Madd City e To Pimp a Butterfly — são 3 dois mais vividos e atuais.
Ghostface Killah
O Wu-Tang Clan se estabeleceu como um dos mais consistentes coletivos de hip-hop dos anos 90, com cada membro trazendo uma vibe diferente para o RZA modelar sonoramente. Ghostface Killah se destacou entre eles como o mais hábil liricamente, suas rimas eram codificadas em termos e rosqueadas juntas como uma completa máquina. Em suas faixas solo, onde ele discorria mais confortavelmente, ele brincou com esquemas de rimas como um profissional para elaborar alguns dos melhores lançados do rap nas 2 últimas décadas.
Lauryn Hill
Como um dos artistas mais versáteis do hip-hop, Lauryn Hill impulsionou seu grupo The Fugees nos anos 90 com raps de nível professor e vocais de veludo. Porém, foi com seu álbum de estreia em 1998, The Miseducation of Lauryn Hill, que ela se realizou completamente. Sua capacidade de acertar um nervo feroz (“Lost Ones”) e então ir para uma balada sentimental (“Ex Factor), foi apenas uma marca do seu gênio artístico no projeto, algo que poucos tem conseguido em seus discos desde então.
Andre 3000
Como a metade melhor — sem ofensas para o também impressionante Big Boi — do Outkast, Andre 3000 foi uma âncora flexível trazendo 5 álbuns impecáveis ao grupo, um inigualável perante qualquer outro ato de hip-hop na época em termos de qualidade, sucesso e inovação. Claro, esse foi o Speakerboxxx/The Love Below, que foi realmente duplo, e a metade do Andre foi sem dúvidas uma das mais influentes do século 21, mostrando estrelas posteriores como:Drake, Lil Wayne, Kanye, ou qualquer artista com essa vibe sentimental melancólica excêntrica de elite da atualidade.
Nas
Antes do seu álbum de estreia, Illmatic, ele tinha um grande hype da crítica e fãs que o chamavam de próximo Rakim. 20 anos depois, Illmatic é visto amplamente como o melhor álbum de hip-hop da história, uma mistura perfeita de poesia da rua e sonho de um time de produtores — e o Stillmatic e o It Was Written são outros excelentes trabalhos do seu catálogo. Mesmo sua compilação de descartes The Lost Tapes, é melhor do que a maioria de álbuns de rappers. Precisa de mais provas de que Nas merece estar aqui? Ele derrotou ninguém menos que Jay Z na melhor guerra lírica de todos os tempos, com talvez a diss mais cruel de todas, “Ether”.
Rakim
A linha divisória entre o old-scool e a new-school não é um ano, é uma pessoa: Rakim. Seu álbum de estreia com Eric B, Paid In Full, foi um salto quântico em termos de técnicas de microfone, a partir dos complexos esquemas de rimas internas até sua entrega de flow manso. Ele também formou uma imagem nunca vista antes por meio das suas letras – criminoso, intelectual, deus e tudo ao mesmo tempo — e definiu um plano para rappers de Nas ao Kendrick Lamar, que ainda é seguido nos dias de hoje por diversos outros artistas.
Eminem
Rap chocante geralmente ficava no underground, rappers como Ill Bill e Necro floresceram, mas Eminem é um dos poucos que romperam isso e trouxe isso ao mainstream. Graças ao “beep”, rimas sobre estupro, assassinato, abuso de drogas e outros assuntos eram entregues em uma torção de língua de forma instigante. Tudo isso poderia ser considerado maneiras de chamar a atenção e manter seu nome em alta, se não fosse tão tecnicamente impressionante.
Jay Z
Jay Z costumava usar um flow ágil muito menos relaxado, como evidenciado pelo seu álbum de estreia Reasonable Doubt, mas ele desenvolveu uma grande habilidade nos anos anteriores ao seu lançamento. Isso foi melhorando a cada álbum por seus flows apertados e entregas de jogos de palavras. Desde que surgiu, o rapper do Brooklyn desenvolveu uma discografia notável com rimas totalmente consistentes, que conta com vários clássicos.
Notorious B.I.G
Morrer jovem muitas vezes pode tornar você uma estrela do hip-hop, mas Notoious B.I.G. atingiu seu nível máximo de estrelato no início da sua carreira. Suas rimas de contador de histórias extraídas diretamente das suas experiências nas ruas do Brooklyn materializaram-se em seu clássico de estreia instantâneo Ready To Die, um mosaico selvagem de rimas visuais entregues com uma perícia de mestre de linguagem. Na hora em que seu grupo Junior M.A.F.I.A havia lançado seu álbum de estreia, seu segundo audacioso álbum duplo Life After Death estava nas pistas, e sua morte em Março de 1997, ele já era considerado o maior rapper de todos os tempos. Ao contrário de todos nessa lista, Biggie nunca lançou um som ou single ruim, nem sequer uma linha vaga.