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De roupa branca, Emicida e banda fazem protesto contra a intolerância religiosa na Virada Cultural

O Brasil é por lei um estado secular, ou seja, o país é oficialmente imparcial em relação às questões religiosas. Mas este rotulo de laicidade não impede que algumas religiões tentem interferir nas leis do país ou ainda proclamarem discurso de ódio contra outras tradições impopulares no meio cristão (religião mais tradicional no país), com foco principalmente em ataques sob religiões africanas.

Certamente você já ouviu muita gente denomiar ‘Exu da Capa Preta’, por exemplo, como ‘demônio’ ou uma entidade maléfica, mas na verdade, de acordo com a umbanda e quimbanda, Capa Preta é um conhecido por ser um grande mago que se disfarça nas trevas dos pensamentos e energias emanadas pelos humanos para poder trazer a luz e a razão para os seres necessitados de compreensão. Este é apenas um exemplo do grande preconceito com religiões africanas, que também tem grande importância para o povo brasileiro, principalmente para a quebrada.

O ato de demonizar outras religiões vem se tornando frequente. e recentemente, além da já tradicional difamação proclamada por alguns ‘religiosos’, uma menina de 11 anos foi ferida por uma pedra na cabeça ao deixar um culto de candomblé na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.

Os autores da pedrada, que seriam dois homens, conseguiram fugir. Pouco antes da agressão, eles teriam xingado e provocado os adeptos do candomblé que estavam com a menina.

Visto o fato, Emicida abriu seu show no palco Julio Prestes, na Virada Cultural, com uma mensagem contra a intolerância religiosa.

Não viemos de branco à toa. Viemos de branco porque uma menina tomou uma pedrada ao sair de um culto de candomblé. Nós viemos de branco porque tem gente que, para falar de jovem, fala mais de cadeia do que de escola”, disse Emicida, acompanhado por toda a banda de branco.

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Imagens por: Pedro Alexandre Sanches

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Antes do início do show, candomblecistas se uniram em frente à Estação da Luz, no centro de São Paulo, para uma caminhada contra o ódio religioso.

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A manifestação foi promovida pelo grupo As Águas de São Paulo.

Esse é um movimento, mas não é o único. Tem que ter manifestação toda semana”, diz Felipe Brito, um dos organizadores da manifestação para o uol. “Iremos ao Ministério Público para o governo saber que estamos protestando contra a violência”.

Todos vestidos de branco, os manifestantes gritaram “mais respeito”, “menos intolerância religiosa” e “viva a liberdade” durante o protesto.

Foto: Francisco Cepeda/AGNews