Fazendo a conexão Pernambuco x Rio de Janeiro, Mc Demo e Gb Montsho lançam o som “Em resposta à impunidade”. Denunciando os crimes encobertos pela ditadura militar fascista, mostram qual o verdadeiro lado da impunidade no Brasil.
Mesmo no país com a terceira maior população carcerária do mundo, e o único onde esse número segue crescendo; no país onde assistimos a cena de uma mulher negra asfixiada por “desacato”, um jovem negro chicoteado por roubar comida, homens e mulheres serem caluniados após sua morte, é comum ouvirmos que o Brasil é um país em que não há punição ou castigo.
“Como um cidadão apenas por ser favelado, depois de assassinado deve provar ser inocente? Hein?
Para o Estado burguês, perpetuar esse pensamento no senso comum da população é interessante, pois disso se alimentam as prisões e perseguições aos negros e pobres, as invasões nas favelas e todo o aparato policial e militar que segue a lógica criada e perpetuada pela ditadura, o medo e o controle dos nossos corpos.
“Aos na fissura, podem ficar sossegados, que o sangue aqui derramado é adubo pra revolução!”
O que não se sabe é que, de fato, somos um país que não puniu seus torturadores e carrascos. Somos um país que até hoje não puniu os crimes da ditadura, onde vemos, inclusive, pessoas em cargos públicos importantes exaltando torturadores como se fossem heróis nacionais. Nesse cenário, do país que tem a polícia que mais mata no mundo, é onde se organiza cada vez mais a resistência. Por isso, “Em resposta à impunidade” é um chamado à organização popular.
“Eu vou lutar contra o fascismo, em resposta à impunidade /Eu vou lutar contra o racismo, em resposta à impunidade/ Abaixo o capitalismo, em resposta à impunidade/ Erga a cabeça e rebele-se, em resposta à impunidade”