Com beat mélico e obscuro de Wendeus, o A.L.M.A lança o clipe da sua nova single: “Última“, carregada de sentimentos e exposição ao mal da nossa geração: a miséria emocional.
“O som imprime os sentimentos dos integrantes, mas não em relação a cena, está ligado às rupturas do convívio social, o desencadeamento da frustração, do rancor e de outros sentimentos que com o passar do tempo tornam conhecidos em desconhecidos. Mas a single também fala sobre esperança, traz um tom vivaz que simboliza um novo suspiro“, conta o Lucas Felix. Talvez seja o grito de um novo ciclo dos trabalhos do A.L.M.A que estão por vir em 2017.
“Minha parte pelo menos fala muito disso, de como o ser humano mergulha numa piscina de dogmas por livre e espontânea vontade e começa a se afogar sendo que a saída é tão simples. A saída é viver. Mas viver de verdade, a ponto de despertar o instinto adormecido pela sociedade, essa sociedade que espera que todas as pessoas, casais, profissionais sejam letárgicos e vivam uma vida de “quase” até o dia da morte (…) Falei pra caralho, mas é a ultima vez no ano que explico uma rima rs“, comenta Lucas.
A comunicação horizontal que acontece dentro do A.L.M.A é algo que se destaca nas produções, o ambiente criado entre as nuances dark do beat, a mensagem delicada e o refrão melódico constrói de forma completa a mensagem. Em uma entrevista para o o blog Rap em Movimento — confira a entrevista neste link —, o grupo deixa claro que não quer que o público espere por algo, a ideia é chegar sempre com algo que possa impactar, a “Última” chegou para ser a que encerra o ano e que inicia uma nova etapa do grupo.
Segundo o grupo, foi um processo de construção simples e surpreendente, primeiro a produção de Wendel, noites depois o refrão do Boca e em seguida as letras de cada um, “os meninos sintetizaram bem o que eu quis dizer no refrão e a track tem tudo a ver com a nossa vida pessoal, o que a gente passou esse ano“, conta Rômulo Boca.
Com um cenário notório e uma ótima fotografia, o clipe é o resultado da parceria entre o A.L.M.A, a Zebra Filmes e RapTV. Com direção de Lucas Felix, Felipe Mascari e Rômulo Boca; roteiro de Lucas Felix; direção de fotografia por Bruno Trindade; direção de arte por Bruno Trindade, Felipe Mascari e Lucas Felix e edição realizada por Bruno Trindade e Rafael Vieira.
[su_spoiler title=”Neste clima de encerramentos e novos começos, conversamos com o grupo e você pode conferir abaixo” open=”yes” style=”simple” icon=”plus-circle”]
O que 2016 representou/significou para o A.L.M.A?
Lucas Felix – 2016 foi um ano árduo. Até aqui foi o nosso ano mais difícil. Cancelados muitos shows por motivos pessoais, perdemos o estúdio em que estávamos gravando o próximo disco, enfrentamos uma espécie de rage por parte de alguns por causa de uma rima, e tivemos diversos problemas pessoais. Em contrapartida, foi o ano em que demos alguns passos importantíssimos em direção a autonomia, o Wendel está cada vez mais afiado na mixagem e masterização das músicas, eu tenho uma produtora de video e junto com o Boca e o Augusto Oliveira e a galera do A-Team, a gente vem organizando uma festa que faz toda a diferença na cena por ser livre de contratantes, e abre espaço para vários monstros que estão emergindo mas que são ignorados pela cena.
Rômulo Boca – 2016 foi o pior ano do A.L.M.A. Foi o ano mais dificil pra gente, a gente veio de um CD, aconteceu muita coisa que fez com que cada um corresse individualmente, mas 2016 significou aprendizado em superar os bagulhos, passar por cima das coisas, engolir sapo. Acho que foi o ano mais dificil pra gente em todos os aspectos, mas a gente raramento brigou esse ano, entre nós três foi bem harmonioso foram mais coisas externas, as coisas externas foram bem dificeis.
Em uma entrevista que fiz com vocês no mês de setembro para o Rap em Movimento, vocês me contaram que esperam que ninguém espere nada do A.L.M.A, porque a intenção é sempre chegar com algo que não é esperado. Mas 2017 está chegando e há rumores de álbum novo com participações bem especiais. Qual vai ser a “Primeira do ano”? E rola algum spoiler sobre as produções de 2017?
Lucas Felix – A “Primeira do ano” será aguardar o resultado de todo o investimento na “Última do ano” kkkkk para o ano que vem tem o disco do A.L.M.A, um suposto EP meu e acho que o Wendeus também está preparando algo. A Punga vai rolar mais vezes, já temos uma engatilhada para janeiro e em fevereiro pode ser que role a primeira edição fora de São Paulo. Já dei spoilers demais rs
Rômulo Boca – Ano que vem CD. O foco é o CD. Eu tenho ânimo pra fazer o CD, ano que vem eu não quero pensar em mais nenhuma outra coisa. Esse CD tá meio que engasgado, sabe? O foco será esse. O que vocês deve esperar da gente em 2017 é o CD.
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Texto em colaboração com o resenhista e
integrante do selo Carranca Records, Victor Augusto.
Trecho da música
Os sonhos não envelhecem
imagina se envelhecessem
eles falam dos meus velhos sonhos como se tivessem
uma prova de que ainda me conhecesse
isso é pretensão pra mim, pra mim