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Shawlin desabafa sobre cachê e ideologia do "Rap Nacional"

[ads1]Ontem (24) o rapper Shawlin, postou em seu facebook uma nota em tom de desabafo sobre as condições dos artistas de Rap no Brasil, citando “contratantes” que não dão valor e também muitos fans do Rap que reclamam sem saber dos valores de shows.

“Todo mundo reclama do valor dos ingressos, fala mal na internet,
mas nunca reclamaram com a AmBev o preço das cervejas nas boates
nem pechincharam o preço do BigMac no McDonnald’s.”

Confira na integra o que Shaw disse.

“Faço RAP a 15 anos, estou indo para o meu quinto trabalho após 4 CDs lançados. Já tive que arranjar emprego pois o RAP não me permitia levar uma vida digna, e usei dinheiro do emprego para investir no RAP e isso sim é amor!!!! Isso sim é sacrifício!!!!

Tenho visto freqüentemente (por uma interpretação errônea do que a MINHA geração pregava) se difundir a política do pé rapado, como se fazer RAP não fosse profissão, como se não se devesse viver de música, como se eventos de RAP não devessem evoluir, como se fazer por amor fosse fazer voto de pobreza, e assim criam-se eventos feitos para não acrescentar na cena, feitos para não dar dinheiro e não pagar ninguém. 

As rodas de rima não são Bares a céu aberto!!! Os isopores q vendem cerveja para menores de idade em espaço público deveriam PELO MENOS gerar caixa para comprar equipamentos, pagar atrações e premiar o vencedor da noite, senão com dinheiro, com horas de estúdio para o campeão poder criar material REAL de trabalho, mas o que acontece é bem diferente!

Infelizmente isopores vendem cerveja e ao final da noite o vendedor pega a grana e vai embora sem contribuir com nada, só os otários q procuram 15 minutos de fama criam a cena pelas quais outros ganham uma merreca e dormem tranqüilos fingindo darem alguma contribuição para o RAP e são aplaudidos por pessoas que apenas buscam o q fazer gastando o mínimo de dinheiro, mas quinta-feira estão no BG pagando R$7,00 na garrafa de cerveja, afinal, importante mesmo na cultura é beber né?! 

De forma análoga, tenho recebido proposta de contratantes relutantes a aceitar o valor dos cachês, sendo o pior dos casos da região sudeste a cidade de Belo Horizonte, onde um contratante teve a pachorra de dizer que a lotação do mercado das Borboletas é 400 pessoas E tentou de diversas formas baixas, acreditando na minha incompetência como empresário e incapacidade de fazer contas, me enganar para atingir uma margem de lucro X. Não só envergonham Belo Horizonte trabalhando com patamares de cidades de interior como mostram a má fé (confundida com malandragem) de pessoas que cobram amor do artista mas fazem por dinheiro (e nada errado em querer viver do próprio labor) o erro está em tentar me alijar de também suprir minhas necessidades financeiras! 

Não por menos, o RAP tem um dos público menos confiáveis do Brasil, dá a entender que não é um gênero musical de verdade como o samba, sertanejo e outros, pois o público, não compra nosso barulho pra valer, na verdade apenas brigam entre si enquanto esculhambam outros gêneros. Vi um cara ficar dois anos enchendo o meu saco preu fazer show na cidade dele, quando anunciei o show (1 mês antes) vi o cara falar no Twitter “nao vai dar pra ir no shaw”.

Por essa razão eu sei que quando componho e gravo faço por amor, e já é mais pelo RAP do que quem fica tentando diminuir o valor do trabalho dos outros para valorizar o próprio trampo ou ter umas cervas a mais pra beber no rolé, já faço mais pelo RAP do que quem se recusa a pagar o equivalente a 5 cervejas pra ver a execução ao vivo de um trabalho q tomou 2 anos da minha vida e muito dinheiro do meu próprio bolso.

NÃO ESTOU RECLAMANDO DO QUANTO GANHO! Felizmente com muito sacrifício montei fundações sólidas e conheço contratantes que com muito suor integram o circuito do RAPBR, trabalhando com amor E profissionalismo. 

Estou pedindo para mudarmos a mentalidade de todos que se acham no direito de tratar a cultura HIPHOP como uma ONG ou um braço do sistema público. estou pedindo pra que valorizem as organizações competentes que pagam os artistas e fornecem pra vcs, de forma profissional, uma noite de lazer, trazendo cada vez mais artistas e integrando um circuito. 

Não compactuem APENAS com os que usam para não obter sucesso, exatamente o mesmo empenho que poderia fazer dar certo! 

Todo mundo reclama do valor dos ingressos, fala mal na internet, mas nunca reclamaram com a AmBev o preço das cervejas nas boates nem pechincharam o preço do BigMac no McDonnald’s.

E vc que me pede favor em nome da cultura, ser NOBRE e ser um FRACASSADO são duas coisas bem distintas, não fique se enganando, se é feito para não dar em porra nenhuma, não gaste o meu nome com besteira!”

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Fonte: Shawlin

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