Há três meses, o carioca SD9 lançou o álbum “40°.40“, um retrato cru da sua realidade enquanto morador do Rio de Janeiro da parte de trás do Cristo Redentor.
Uma das faixas do álbum também chama-se “40°.40“, ela tem participação de VND, leva o instrumental de Victor Vhoor e (ainda bem) acaba de ganhar um audiovisual com produção executiva do Bueiro 26.
O filme “La Haine – O Ódio“, do francês Mathieu Kassovitz, de 1995, foi o elo escolhido por SD9 e equipe para dar continuidade a estética visceral que o seu álbum nos apresenta.
Aproveitando os 25 anos do clássico e renomado filme francês, o videoclipe de “40°.40” conecta periferia francesa e brasileira através de ódio refinado.
Puro suco de ódio refinado.
SD9 segue fazendo o que faz de melhor: transformar a sua vida em arte da forma mais real possível. Especialista em grime music, “40°.40” é só uma das belas faixas presentes no álbum de mesmo nome, lançado pelo membro da TBC Mob.
Além de contar com um viciante refrão, outro ponto positivo da track (e agora clipe) é a participação especial de VND, que chega com uma entrada precisa em cima do excelente beat do mineiro Victor Vhoor.
A linha “Mais uma vez eu e o Fenômeno na nova rasgamos tudo” soa como Romário y Ronaldo nos raros jogos em que os dois fizeram dupla de ataque na Seleção Brasileira de Futebol.
Golaço de feat. Golaço de beat. Golaço de track. Só faltava um golaço de clipe. Não falta mais.
O audiovisual também traz a participação de Grone (membro da TBC) e foi filmado/dirigido por Wander Scheeffër, com co-direção de Eduardo Santana.
Lançado pelo selo norte-americano On-Retainer, “40°.40” teve produção executiva de Bueiro 26.
O lançamento do clipe de um brasileiro que faz homenagens ao mundialmente famoso filme “La Haine“, foi pauta na França, terra natal da película.
O portal Traxmag, que cobre assuntos relacionados à cinema na França, fez uma premiere simultânea com o lançamento do clipe aqui no Brasil. Além de uma matéria cobrindo a conexão 🇧🇷 x 🇫🇷.
Num mundo conectado, onde as diferenças de vida estão cada vez mais visíveis por todo o globo, a vivência das periferias francesas e brasileiras se conectaram.
Cria reconhece cria.