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Rico Dalasam retorna lançando o confessional e reconfortante “Dolores Dala, o Guardião do Alívio”

“Desenhando um coração, onde todo dia apagam um monte”: foi nesse tom que o cantor e compositor paulista Rico Dalasam disponibilizou na última sexta (12) o tão esperado Dolores Dala, o Guardião do Alívio – seu segundo álbum de estúdio, que dá continuidade ao EP lançado no ano passado.

Em DDGA, Rico Dalasam canta as camadas de uma vida marcada pelos dilemas, sobretudo raciais, onde cada laço e afeto é transpassado por suas crises e questões.

Faixa após faixa, Rico apresenta um cenário real, cotidiano e autobiográfico, que ilustra poeticamente as agonias e angústias de uma relação interracial e o local em que a pessoa não-branca é colocada – muitas vezes rebaixada, escondida e secundária. A discussão sobre afetividade preta no contexto ocidental e latino é a temática central do disco.

Foto por Larissa Zaidan

Para amarrar essa narrativa tão recorrente e cheia de perguntas, Dalasam oferece a resposta “Fui, porque acabou a fé/ não porque acabou o amor” – afirmando que, apesar de todo sentimento, não seria possível continuar apostando no sucesso de certas relações que foram fundadas nas heranças da colonização (que dita como somos tratados, vistos e amados), porque estas sempre acabam não entendendo nossas urgências e ignorando nossa humanidade, gerando agonia e conflito.

“E não adianta falar que ama, você vai peitar isso?

Você vai peitar 500 anos de uma parada, por causa de um amor?”

Porém, Rico Dalasam quis mais do que explicar essa geopolítica: também tomou como objetivo pôr fim nessa sensação de ser “estrangeiro” e buscar um conforto; assim, nasceu o título Dolores Dala, o Guardião do Alívio. “Alívio” se torna o termo-chave do disco porque representa o livramento, não só para o artista, mas para todos aqueles que se encontram à margem da sociedade, de uma estrutura racista e de um amor.

O disco conta com a produção de Dinho Souza, Mahal Pita, Rafa Dias, Pedrowl, Moisés Guimarães, Netto Galdino e Chibatinha, enquanto o filme conta com produção de Marta Carvalho, direção de Del e Larissa Zaidan e direção de arte por Raul Nunes. Confira: