“Nada dura pra sempre /nada permanece junto”, assim é escrito o refrão do quinto álbum de estúdio de Tyler, The Creator, levando em consideração Bastard – Columbia/Oddfuture ,de 2009/2010, disco que marcou o início do caos na indústria musical que a Odd Future causou desde seu aparecimento, que até hoje continua sendo importante para a construção de diversas identidades e coletivos dentro da cultura, apesar de nada mais hoje ser como nos tempos antigos.
Ninguém imaginaria isso naquela época – logo após o vídeo de French uma ligação de Pharrel Willians através de seu manager clancy, o início da ascensão da OF e logo após Yonkers e um tweet de Kanye West no ano seguinte, a explosão e o ritmo insano de artistas que esperaram e sangraram colocando material fresco nas ruas um após o outro mesmo em turnê, visuais, gatos, camisas, bonés, álbuns de fotografia, redes sociais, shows lotados, shows insanos, destruição, caos e uma porrada de outras merdas criativas que vinham junto com a Wolf Gang entre 2011 e o final de 2014.
Nesse meio tempo a construção de Wolf – Columbia/Odd Future, o terceiro disco de estúdio do artista mostrando uma perspectiva mais madura e consciente mas ainda ácida em conteúdo rimático, seguido de incansáveis coleções da GOLF sua marca, do Carnival e em 2015 o caótico Cherry Bomb – Columbia/Odd Future, estreando junto com um aplicativo, o GOLF MEDIA, onde lá disponibilizam material além da música, bastidores dos clipes, entrevistas com artistas onde o próprio Tyler é o repórter, programas, além dos episódios de seu programa de TV e desenho em atividade pelo Adult Swin mas hoje se dividem entre um novo programa para a ViceLand (Nuts and Bolts) e o conteúdo já no aplicativo, mas ok, vou parar de ser prolixo isso tá uma merda.
“Este ano, Tyler, the Creator apresentou um álbum surreal, bem construído, dialogando em diversas temáticas e melodias impecáveis”.
Vide a parceria de longa data com artistas como Frank Ocean e Kali Uchis, artistas renomados como Estelle e jovens como Steve Lacy – (The internet), todos esses dando vida a música que Tyler queria fazer com sua própria voz, porém, bem mais mágico quando feito em paralelo com suas rimas e criatividade dentro dos beats, inclusive todos feitos pelo mesmo, apresentando mais uma vez sua capacidade de fazer música a frente do tempo e começando a provar sua capacidade de fazer música acessível a todos os públicos, vide See You Again, 911/Mr. Lonely e Boredom, trazendo um campo de visão mais amplo a sua arte, talvez sendo aquele ponto na música onde ele sempre quis chegar, mas sem abandonar essência ácida como na INSANA Who Dat Boy?, com parceria que vem crescendo nos últimos anos entre o Rocky – A$AP Mob e em Ain’t Got Time!.
Tyler desenvolve um material versátil, nos transportando para um verdadeiro campo de flores e em alguns momentos vendo tudo pegar fogo – como naquele rolé em que o diniBoy tocou Who Dat Boy? no aniversário de 2 anos da Bruk e a fosfobox literalmente pegava fogo com cada grave, verso, piano e sintetizador do instrumental semelhante ao atual trap mas com a marca pessoal do artista se reforçando como um dos melhores produtores da atualidade.
“Tyler desenvolve um material versátil, nos transportando para um verdadeiro campo de flores e em alguns momentos vendo tudo pegar fogo”.
Pois bem, até este ponto é incrível ver como a criatividade pode ser um horizonte explorável, com gostos, sabores, tendências e cores construídas a partir do seu sentimento dentro da arte, para os artistas que acompanham este texto, veja como a música fica mais clara quando o visual pode ser adaptável, quando suas características pessoais são implementadas sem a dependência de terceiros para o desenvolvimento do projeto. Neste ponto, vemos Tyler como um músico que foi além da Odd Future e construiu sua arte sem a interferência de terceiros, com diversas participações mas como pilar principal criativo no projeto, discutindo sobre temas passados, amizades falsas – Pothole ft Jaden Smith e a dificuldade de lidar com a fama mesmo sendo famoso a tanto tempo, começando solitário e percebendo que quanto mais famoso você é, passa a perceber que os tempos antigos eram bem mais agitados.
“A posição de criador acaba ficando vaga quando sozinho, de maneira que, precisamos de uma equipe e dentro desta equipe com quantos você pode contar? E com esses que você pode contar, tem quantos que podem contar com ele?”
Criativo, falando nisso, novo diretor criativo da linha de tênis One Star da Converse, joga nas 11 posições do campo, profunda inspiração para artistas como eu e você que percebem o quão difícil é ter que fazer tudo para veicular arte, provando que a posição de criador acaba ficando vaga quando sozinho, de maneira que, precisamos de uma equipe e dentro desta equipe com quantos você pode contar? E com esses que você pode contar, tem quantos que podem contar com ele? Amizade e arte ficam mais fortes juntas, saiba escolher a visão certa assim como escolher uma boa participação pro seu disco, Lil Wayne – Droppin’ Seeds e lindas trilhas como em Garden Shed – Não, não vou falar sobre a sexualidade dele, se você veio aqui pra isso cai fora.
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