Quando o assunto é coke rap, eu fico meio que com o pé atrás. Sim, eu sei que quase tudo que vem desse subgênero é bom pra caraio, mas muito repetitivo. Pusha T (ELE ESTÁ CHEGANDO ) é o um GOD nesse assunto e muitas vezes já se foi questionado sobre isso. Porém, voltando pro Gangsta Gibbs, esse seu terceiro disco é muito cíclico e maçante. Conceitualmente, Gibbs nesse cd não para de dizer que o jogo do rap é muito mais fácil, competitivamente, que o tráfico. Além claro, de não faltar aquelas exaltações de lei das boas mulheres, poder, e sua quebrada. Piñata pra mim, é consideravelmente muito melhor que o Shadow of a doubt, tanto conceitualmente – apesar de não haver um abismo nisso -, tanto na produção. Aqui, o Trap te desgasta pra caramba, não vemos aqueles beats mesclados chill/boom bap do Madlib. O trap por sí só pode ser muito enjoativo, agora, acrescente isso ao fato de que o Mc não para de falar tais coisas além de beats quase sempre iguais sonoramente? Enfim, é isso.
Em “Fuckin ‘Up The Count”, track produzida pelo grande Boi-1da, fãs do Drake amam, é uma das poucas ressalvas no prod. O flow do Gibbs, é bom demais e isso é inegável. Em “Mexico”, temos a participação do cantor e rapper Tory Lanez em um hook brisante. Anteriormente a isso, em “Extradite”, Black Thought tem versos fodas demais, o seu segundo verso é interessantíssimo e que ofusca o próprio Gibbs. Indo mais adiante, “Packages” é a cara do ponto cíclico que eu falei pra vocês, drogas, drogas, mais drogas e como ser um bom vendedor de drogas. Contudo, a musica é boa, fazer o quê? Eu dancei mesmo. Já em “Freddie Gordy”, uma das minhas faixas favoritas, temos rimas introspectivas do Freddie , onde ele engloba vícios e a luta nas ruas. No entanto, os vícios me chamaram muito mais atenção. Nessa faixa ele aponta e mostra suas fraquezas com linhas que eu achei bastante legais e meio que uma fuga de um roteiro batido sendo apresentado. Segue as linhas :
Plus I got addictions of my own, boy
The pills into laced blunts got me gone, boy
The Oxycontin and heavy syrup got me looking in the mirror saying, “Is you a dope fiend or a dope boy?”
Pra acabar de vez, “Shadow of a Doubt” flerta muitas vezes com a falha, mas inexplicavelmente consegue se mantar e te entreter em vários pontos. Speakerbomb, Blair Norf, Murda beatz quase falharam com novo Corleone, mas nada que seja muito gritante. Conceitualmente repetitivo com lapsos de boas rimas e bons versos das participações fazem com que o terceiro disco do Freddie Gibbs seja maneiro, porém, nada muito foda. #SAUDADESMADLIB.