O filme “Os Bons Companheiros”, dirigido pelo lendário Martin Scorsese ( recomendo que assista quem ainda não viu) serve como referência pro cd dos muleques. As alusões à máfia com intro’s de diálogos do filme me alegraram bastate, afinal, sou um grande fã do filme e de todo assunto que envolver máfia. Indo ainda nesse raciocínio, é notável também a temática do companherismo e família em todo cd, além claro de vemos criticas sociais, influência da musica negra como o funk e também muita influência do Racionais Mc’s, onde temos algumas linhas parafrasedas bem famosas do grupo que fica da ponte pra lá. Gostei da forma como dividiram o disco, primeiro seguem com rimas boas e aquela pegada mafiosa que eu contei pra vocês. Tipo, em “Vários Lokinho”, com participação do Ice blue, temos um beat chill out muito bom com versos interessantes, tanto dos mc’s do grupo, como do Ice Blue que faz uma participação ok. Já em “Funkadelic”, uma das minhas favoritas do cd, temos um beat mesclado com um funk da hora que me lembrou um pouco aqueles beats que o Biggie arregaçava, é do tipo daquelas musicas bem chapadas mesmo velho, em uma perspectiva de bem ‘party’ mesmo, lifestyle e tal.
Na musica “O Golpe/ Papo de Milhão”, temos um storytelling bem contruído e desenvolvido, onde relatam um “assalto sem peça na cintura” em cima de um trap soft com o KL Jay participando, não rimando, mas incentivando o ouvinte a conquistar o money. Na track “É o Rap”, vemos outro beat monstrão, um boombap dessa vez, com com algumas linhas clichês”, porém essas linhas são jogadas de forma forte e isso faz você rimar junto ao mc no ritmo da batida.
Hey, é o crack do mercado fonográfico, no play cê ta tomado segue o tráfico
Entra na sua mente causa impacto, fazendo a sua brisa de modo rápido (“É o Rap”)
Todos estão ótimos, os refrões R&B são excelentes, os boombaps e o trap EDM são ótimos. No quesito produção, esse é um dos melhores discos do ano pra mim. No entanto, as musicas love songs, que estão longe de serem ruins, não tem nada a acrescentar. Não há uma saída das suas zonas de conforto, Renan Saman tem destaque na maioria das suas rimas cuspidas, mas ele não alterna na hora das barras, o que é meio broxante. Sendo assim, “GoodFellaz” é agradável, ótimo para se ouvir e relaxar, para da um rolê escutando no carro e brisar. O conteúdo lírico, não é lá essas coisas, entretanto, cada temática é executada com êxito, deixando o disco bem abreviado e preciso, nada desgastante. Parabéns aos envolvidos, parabéns mesmo.