Começo falando da produção, ponto mais esperado do trabalho por causa do currículo do Break. Ele produz a maioria dos beats, e também rima em bases de produtores como F2L, Croup e MjNichols. Os instrumentais variam de uma vibe chill out pra outra mais agitada, mas sem perder a coesão e dando um belo equilíbrio ao EP. Pessoalmente, curti bastante os beats da “Condições”, que tem uma ideia pop mas sem ser enjoativa, e da “Livre”, que me fez viajar a pampa e pra mim é o melhor do Extended Play.
O quesito MC me deixou intrigado. Eu já tinha ouvido um verso pica do Break no Rimanessência, e fiquei num certo hype pra encontrar mais letras como aquela no trabalho. Ao ouví-lo, porém, achei a métrica bem encaixada, mas no primeiro momento não me contentei com a lírica e o flow, que me soavam bem repetitivos e pouco ousados. Nesses quesitos, a 2ª metade me agradou bem mais que a 1ª: a partir da track “Funeral”, os flows ficaram mais abusados, assim como as letras. “Uma Reza” (que tem o único e ótimo feat do EP, do Tiago Mac) e “Cartas”, as faixas seguintes, mantiveram tal qualidade e continuaram impressionando positivamente. Destaco também o refrão da “Livre”, que primeiramente traz estranheza mas surpreende com o passar do tempo, quando você pega o total sentido da track. Ta aí:
Mas só que hoje eu to livre
Livre pra voar
Você me segue e nem vive
Também não tenta atravessar
Enquanto tu for stalker
Vai me ver bem, sempre bem
Mas eu quero que se foda
E agora eu quero que você também
Sobre o conceito do trabalho, achei a duração e a temática do álbum bem legais, uma rápida reflexão que te faz relaxar. Não curti, entretanto, a abordagem meio vaga e repetitiva dos temas, que não variavam muito ao longo das tracks. É um EP bom, que traz rap de qualidade, o qual vale a pena ser ouvido, mas que não traz nada de excepcional. É por hoje é só bonde, não tirem o blog dos favoritos e se pá colem no nosso grupo do Facebook que ta o fervo. Até!